Parábola da semente

"Saiu o semeador a semear..." (Mc 4,3)



quinta-feira, 14 de março de 2013

Francisco é o novo Papa

Francisco (em latim: Franciscus), nascido Jorge Mario Bergoglio SJ (Buenos Aires, 17 de dezembro de 1936) é o 266.º Papa da Igreja Católica e atual chefe de estado do Vaticano.


Francisco é o primeiro jesuíta e o primeiro sul-americano eleito Papa, além de ser o primeiro pontífice não-europeu em mais de 1200 anos. Arcebispo de Buenos Aires desde 28 de fevereiro de 1998 e cardeal-presbítero desde 21 de fevereiro de 2001, foi eleito em 13 de março de 2013.

Infância e juventude
Jorge Mario Bergoglio, filho do casal de imigrantes italianos Mario Bergoglio (trabalhador ferroviário) e Regina Maria Sivori (dona de casa).
Nascido e criado no bairro de Flores, fez graduação e mestrado em química, na Universidade de Buenos Aires.

Vida antes do sacerdócio
Bergoglio foi engenheiro químico antes de uma doença respiratória lhe fazer perder um pulmão, assim aos 32 anos, seguiu o sacerdócio.

Companhia de Jesus (jesuítas)
Ingressou no noviciado da Companhia de Jesus em março de 1958. Fez o juniorado em Santiago, Chile. Graduou-se em Filosofia em 1960, na Universidade Católica de Buenos Aires. Entre os anos 1964 e 1966, ensinou Literatura e Psicologia, no Colégio Imaculada, na Província de Santa Fé, e no Colégio do Salvador, em Buenos Aires. Graduou-se em Teologia em 1969. Recebeu a ordenação presbiteral no dia 13 de dezembro de 1969, pelas mãos de Dom Ramón José Castellano. Emitiu seus últimos votos na Companhia de Jesus em 1973. Em 1973 foi nomeado Mestre de Noviços, no Seminário da Villa Barilari, em San Miguel. No mesmo ano foi eleito superior provincial dos jesuítas, na Argentina. Em 1980, após o período do provincialato, retornou a San Miguel, para ensinar em uma escola dos jesuítas.

No período de 1980 a 1986 foi reitor da Faculdade de Filosofia e Teologia de San Miguel. Após seu doutorado na Alemanha, foi confessor e diretor espiritual em Córdoba.

Episcopado
Em 20 de maio de 1992, o Papa João Paulo II o nomeou bispo auxiliar de Buenos Aires, com a sé titular de Auca (Aucensi). Sua ordenação episcopal deu-se a 27 de junho de 1992. Em 3 de junho de 1997, foi nomeado arcebispo coadjutor de Buenos Aires. Tornou-se arcebispo metropolitano de Buenos Aires no dia 28 de fevereiro de 1998.

Cardinalato
Foi tornado cardeal no consistório de 21 de fevereiro de 2001, pelo Papa João Paulo II, recebendo o título de cardeal-presbítero de São Roberto Belarmino. Quando foi nomeado, conveceu centenas de argentinos a não viajarem para Roma. Em vez de irem ao Vaticano celebrar a nomeação, pediu que dessem o dinheiro da viagem aos pobres.

Foi membro dos seguintes dicastérios na Cúria Romana:
Congregação para o Clero
Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos
Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica
Pontifícia Comissão para a América Latina
Pontifício Conselho para a Família

Pontificado
Conclave de 2013
O cardeal Bergoglio foi eleito Papa a 13 de março de 2013, no segundo dia do conclave, escolhendo o nome de Francisco. É o primeiro jesuíta a ser eleito papa. É o primeiro Papa do Continente americano. É o primeiro não europeu a ser eleito bispo de Roma, em mais de 1.200 anos, desde São Gregório III, que nasceu na Síria e governou a Igreja Católica entre 731-741.

O anúncio
(Habemus Papam) Annuntio vobis gaudium magnum; habemus Papam: Anuncio-vos com grande alegria: já temos o Papa:
Eminentissimum ac Reverendissimum Dominum, O Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor
Dominum Georgium Marium D. Jorge Mario
Sanctæ Romanæ Ecclesiæ Cardinalem Bergoglio Cardeal da Santa Igreja Romana, Bergoglio
qui sibi nomen imposuit Franciscum. Que adotou o nome de Francisco.

Primeira aparição como Papa
O Papa Francisco apareceu ao povo na sacada (ou varanda) central da Basílica de São Pedro por volta das 20 horas e 30 minutos (hora de Roma). Vestindo apenas a batina papal branca, acompanhou a execução da Marcha Pontifícia e saudou a multidão com um discurso:

Irmãos e irmãs, boa-noite!
Vós sabeis que o dever do Conclave era dar um Bispo a Roma. Parece que os meus irmãos Cardeais tenham ido buscá-lo quase no fim do mundo… Eis-me aqui! Agradeço-vos o acolhimento: a comunidade diocesana de Roma tem o seu Bispo. Obrigado! E, antes de mais nada, quero fazer uma oração pelo nosso Bispo emérito Bento XVI. Rezemos todos juntos por ele, para que o Senhor o abençoe e Nossa Senhora o guarde.

O Papa rezou as orações do Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai, dedicando-as ao Papa Emérito. Em seguida, completou:
E agora iniciamos este caminho, Bispo e povo... este caminho da Igreja de Roma, que é aquela que preside a todas as Igrejas na caridade. Um caminho de fraternidade, de amor, de confiança entre nós. Rezemos sempre uns pelos outros. Rezemos por todo o mundo, para que haja uma grande fraternidade. Espero que este caminho de Igreja, que hoje começamos e no qual me ajudará o meu Cardeal Vigário, aqui presente, seja frutuoso para a evangelização desta cidade tão bela!
E agora quero dar a Bênção, mas antes… antes, peço-vos um favor: antes de o Bispo abençoar o povo, peço-vos que rezeis ao Senhor para que me abençoe a mim; é a oração do povo, pedindo a Bênção para o seu Bispo. Façamos em silêncio esta oração vossa por mim.
(momentos de silêncio)

O Papa abaixou a cabeça em sinal de oração, e toda a Praça silenciou por um momento. Por fim, realizou sua primeira bênção Urbi et Orbi, e despediu-se da multidão dizendo "Boa noite, e bom descanso!".

Nome
Ao ser eleito, o novo pontífice escolheu o nome de Francisco. Em uma provável referência a Francisco Xavier e Francisco de Assis. São Francisco Xavier ( 1506 — 1552), santo jesuíta, padroeiro das missões, um dos primeiros companheiros de Santo Inácio de Loyola e um dos cofundadores da Companhia de Jesus. São Francisco de Assis (1182 — 1226), fundador da família franciscana, padroeiro da Itál
A Santa Sé divulgou que o nome de Sua Santidade não será grafado com "I" (Primeiro) em algarismos romanos. Isso só acontecerá se, um dia, houver um papa Francisco II.


Hábitos
Evita aparições na mídia e possui hábitos simples. Utiliza o transporte coletivo e não frequenta restaurantes. Aprecia música clássica, literatura e é associado e torcedor do clube de futebol San Lorenzo de Almagro.

Aborto e eutanásia
O cardeal Bergoglio convidou os seus clérigos e os leigos para que se opusessem ao aborto e à eutanásia.

Homossexualidade
É um forte opositor à legislação argentina que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Tendo dito que: "se o projeto de lei que prevê às pessoas do mesmo sexo a possibilidade de se unirem civilmente e adotarem também crianças vier a ser aprovado, poderia ter efeitos seriamente danosos sobre a família. O povo argentino deverá afrontar nas próximas semanas uma situação que, caso tenha êxito, pode ferir seriamente a família. Está em jogo a identidade e a sobrevivência da família: pai, mãe e filhos. Não devemos ser ingénuos: essa não é simplesmente uma luta política, mas é um atentado destrutivo contra o plano de Deus".

Justiça social
É conhecido por sua postura à favor da justiça social, tendo dito em 2007 que: "Vivemos na região mais desigual do mundo, a que mais cresceu e a que menos reduziu a miséria. A distribuição injusta de bens persiste, criando uma situação de pecado social que grita aos céus e limita as possibilidades de vida mais plena para muitos de nossos irmãos". Além disso, tal como São Francisco de Assis lavava os pés dos leprosos, o Cardeal Bergoglio ganhou notoriedade em 2001 ao lavar os pés de 12 doentes de Aids em visita a um hospital.
Além do trabalho de pesquisa de Mignone, o livro El Silencio de Horacio Verbitsky, membro do grupo terrorista Montoneros, no capítulo "As Duas Faces do Cardeal" também explora o papel de agente duplo desempenhado por Bergoglio junto à ditadura argentina. Segundo o autor do livro, que alega ter acesso a documentos do Ministério das Relações Exteriores e do Culto da Argentina, Bergoglio "vai à Chancelaria, pede um trâmite em favor do sacerdote (Jalics), mas, por baixo do pano, diz para não o concederem porque se trata de um subversivo".

Sergio Rubin, o seu biógrafo autorizado, relatou que Bergoglio, após a prisão dos dois sacerdotes, trablhou nos bastidores para a sua libertação e intercedeu, de forma privada e pessoal, junto do ditador Jorge Rafael Videla: a sua intercessão poderia ter contribuído para a posterior libertação destes sacerdotes. Ele também relatou que, em segredo, Bergoglio deu frequentemente abrigo a pessoas perseguidas pela ditadura em propriedades da Igreja, e houve uma vez que chegou mesmo a dar os seus próprios documentos de identidade a um homem que se parecia com ele, para que pudesse fugir da Argentina.

Obras

1982: Meditações para religiosos
1986: Reflexões sobre a vida apostólica
1992: Reflexões de esperança
1998: Diálogos entre João Paulo II e Fidel Castro
2003: Educar: demanda e paixão
2004: Colocar a nação em seus ombros
2005: A construção de uma nação
2006: Corrupção e pecado
2006: Na carga de si mesmo
2007: O verdadeiro poder é o serviço
2012: Mente aberta, coração acreditado

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Campanha da Fraternidade 2013

É tempo de preparar a Campanha da Fraternidade que, em 2013, será lançada no dia 13 de fevereiro, quarta-feira de Cinzas.

Tema e lema
Esse ano o tema será “Fraternidade e Juventude” e o lema “Eis-me aqui, envia-me!” (Is 6,8).

Após 21 anos da Campanha da Fraternidade de 1992, que abordou como tema central a juventude, a CF 2013, na sua 50ª edição, terá a mesma temática. A acolhida da temática “juventude” tem como objetivo ter mais um elemento além da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) para fortalecer o desejo de evangelização dos jovens.

O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Eduardo Pinheiro, explicou que uma das metas principais da CF de 2013 é olhar a realidade juvenil, compreender a riqueza de suas diversidades, potencialidades e propostas, como também os desafios que provocam atitudes e auxílios aos jovens e aos adultos.

Objetivo
O objetivo geral da CF é acolher os jovens no contexto de mudança de época, propiciando caminhos para seu protagonismo no seguimento de Jesus Cristo, na vivência eclesial e na construção de uma sociedade fraterna, fundamentada na cultura da vida, da justiça e da paz.
“Dentro do sentido da palavra 'acolher' está o valorizar, o respeitar o jovem que vive nesta situação de mudança de época e isso não pode ser esquecido”, destacou o presidente da Comissão da CNBB.

 O cartaz da CF 2013
O cartaz escolhido para a Campanha da Fraternidade de 2013, que tem como tema "Fraternidade e Juventude", e como lema "Eis-me aqui, envia-me!" coloca em evidência a jovialidade e a alegria. O 'Eis-me aqui, envia-me!' é a voz forte do jovem que, repleto de sonhos e com grande autoestima, se coloca à disposição para ajudar a todos nós a navegarmos em águas profundas neste mundo virtual que lhe é caro e próprio.

- Para o arcebispo de São Paulo, Cardeal dom Odilo Pedro Scherer, o cartaz faz um apelo ao jovem para um maior envolvimento na CF 2013 e na preparação da Jornada Mundial da Juventude Rio2013. "O cartaz coloca em evidência a jovialidade e a alegria. Existem muitos problemas no mundo, mas os jovens olham para frente. E eles têm o direito de olhar com esperança para o futuro. Eu acredito que a Campanha da Fraternidade será uma grande contribuição para que os jovens recebam uma resposta aos seus sonhos." disse o Cardeal.
Segundo o Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, dom Eduardo Pinheiro da Silva, o tema da CF 2013 reforça a opção da Igreja pela juventude. "Tendo como referência a cruz de Jesus Cristo, o cartaz traz, em primeiro plano, uma jovem que demonstra alegria em responder ao chamado que Deus lhe faz. A Igreja acredita nessa disponibilidade da juventude, nessa resposta do jovem que encontra na sua comunidade a abertura, a provocação e a oportunidade para um serviço à Igreja e à sociedade", disse Dom Eduardo.-
Fonte: http://www.portalkairos.net/campanhadafraternidade/2013/campanhadafraternidade2013_cartaz.asp#ixzz2JVm16N28

Oração oficial da CF 2013
Pai santo, vosso Filho Jesus,
conduzido pelo Espírito
e obediente à vossa vontade,
aceitou a cruz como prova de amor à humanidade.
Convertei-nos e, nos desafios deste mundo,
tornai-nos missionários
a serviço da juventude.
Para anunciar o Evangelho como projeto de vida,
enviai-nos, Senhor;
para ser presença geradora de fraternidade,
enviai-nos, Senhor;
para ser profetas em tempo de mudança,
enviai-nos, Senhor;
para promover a sociedade da não violência,
enviai-nos, Senhor;
para salvar a quem perdeu a esperança,
enviai-nos, Senhor;
para...

Hino da CF 2013

1 - Sei que perguntas, juventude, de onde veio
Teu belo jeito sempre novo e verdadeiro.
Eu fiz brotar em ti desde o materno seio
Essa vontade de mudar o mundo inteiro.

Refrão:
Estou aqui, meu Senhor, sou jovem, sou teu povo!
Eu tenho fome de justiça e de amor,
Quero ajudar a construir um mundo novo.
Estou aqui, meu Senhor, sou jovem, sou teu povo!
Para formar a rede da fraternidade,
E um novo céu, uma nova terra, a tua vontade.
Eis-me aqui, envia-me Senhor! (2x)

2 - Levem a todos meu chamado à liberdade
Onde a ganância gera irmãos escravizados.
Quero a mensagem que humaniza a sociedade
Falada às claras, publicada nos telhados.
Refrão
3 - Para salvar a quem perdeu a esperança
Serei a força, plena luz a te guiar.
Por tua voz eu falarei, tem confiança,
Não tenhas medo, novo Reino a chegar!

Coleta CF
24 de março - Domingo de Ramos - Coleta Nacional da Solidariedade

Fonte: http://www.portalkairos.net/campanhadafraternidade/2013/campanhadafraternidade2013_oracao.asp#ixzz2JVlYoLXk

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Uma reflexão sobre a fé no inicio de mais um ano

Aqui, uma reflexão para catequistas, neste início de ano.

Em que eu creio?
Crer em quê? E como? E por quê?
Questionar não é negar. Pode até ser a forma de fé mais autêntica de que uma pessoa seja capaz.

Todos os domingos, nós recitamos o Creio sem refletir nas frases e nas palavras que pronunciamos. Nada nos surpreende dessa nomenclatura da nossa fé nascida do desejo das primeiras gerações cristãs de se dizerem o essencial da fé que as fazia viver. Mas, hoje, são muitos aqueles que custam a abraçar essa profissão de fé elaborada em um contexto cultural totalmente diferente. "Quanto mais eu envelheço", escreve Joan Chittister, "mais eu me impressiono ao ver que ensinamos às crianças o que os adultos não compreendem".

Joan Chittister é beneditina e, em um livro intitulado "Em que creio", retoma, um por um, os artigos do Credo para especificar a sua fé. Ela fala disso a partir da sua experiência de 40 anos de vida monástica, marcada pela doença e pelo sofrimento, pela descoberta e pelo engajamento. Sua exposição por recordações pessoais, meditação, questionamentos críticas e lições de sabedoria, por um surpreendente testemunho de uma fé para hoje. Em outras palavras, a experiência de uma vida humana.

Durante um batismo, quem preside a celebração faz claramente a pergunta: "Credes em Deus?". Essa pergunta se dirige a cada um pessoalmente e exige mais do que uma adesão automática. Por ocasião de um acontecimento desse tipo, Joan Chittister perguntou a si mesma: "Você acredita? E em que acredita?". Naquele ponto, repetindo as palavras do Credo, tomou consciência de que acreditava diferentemente.

A fé que a habita agora é muito menos segura do que há alguns anos, mas é mais vigorosa, porque "é uma fé muito mais real do que quando eu acreditava no incrível". "Eu acreditava – diz – em toda espécie de enunciados apresentados como 'fatos'. Eu acreditava até que Deus era masculino. Eu acreditava em muitas coisas em que eu não acredito mais. Então, eu tenho fé ou não?".
Joan Chittester vê uma diferença entre aderir a aspectos históricos e científicos da fé e ver na fé o mistério da criação, a luta permanente da redenção e a santidade no cotidiano.

As questões levantadas por Joan Chittister se relacionam com uma época marcada por divergências éticas fundamentais e por uma incredulidade social generalizada. A sua questão fundamental refere-se a pessoas que aderem à fé: "Em que se presume que acreditam as garçonetes e os taxistas, os jovens professores e os velhos avós, as secretárias, os contadores, os pais de crianças pequenas, em um mundo em que os profissionais da fé não conseguem pôr-se de acordo?".

O que é crer para o mundo comum?
Chegou o momento, diz-nos a autora, de desenterrar a fé sepultada sob os nossos rituais e de reanimar o sentido do mistério escondido sob respostas que não convencem mais. Chegou o momento de reavaliar o nosso lugar no mundo. Chegou o momento de crer em algo mais do que em nós mesmos.

Mas crer em quê? E como? E por quê?
Questionar não é negar. Pode até ser a forma de fé mais autêntica de que uma pessoa seja capaz. O que acontece, de fato, segundo Joan Chittester, é que homens e mulheres com novas questões sobre velhos problemas e com velhas questões sobre novos problemas convidam as Igrejas, mais do que antes, a se preocuparem com a espiritualidade, em vez da catequese. Houve um tempo em que o chauvinismo fazia da pertença religiosa um esporte de equipe. O nosso grupo tinha a verdade; os outros estavam no erro. Nós tínhamos as respostas; eles estavam errados.

A fé, adverte Joan Chittister, não é uma prestidigitação sobrenatural destinada a nos preservar das exigências da vida. A fé é o que nos permite avaliar as escolhas que se oferecem a nós em função do que é verdadeiramente real e importante na vida e, em última instância, manter a orientação de fundo.
Dizer "eu creio" quer dizer que eu me confio ao que eu conheço sem conhecer, ao que eu sinto sem ver, ao que eu quero mesmo sem ter, com tudo o que eu tenho. Dizer "eu creio" é dizer "sim" ao mistério da vida.
Joan Chittister apresenta o seu caminho de fé como um convite para continuar a nossa reflexão pessoal. Ela resume a sua fé no texto a seguir, ao qual eu me somo sem hesitação.

Creio em um só Deus
que fez a todos nós
e cuja divindade infunde toda a vida
com o sagrado.
Creio nas múltiplas revelações
desse Deus
vivo em cada coração humano,
expressado em cada cultura,
e encontrado em todas as sabedorias
do mundo.
Creio
que Jesus Cristo,
o filho único de Deus,
é o rosto de Deus
na terra
em quem vemos melhor
a justiça divina,
a misericórdia divina,
e a compaixão divina,
a que somos chamados.
Creio no Cristo
que é Um em ser com o Criador
e que nos mostra a presença de Deus
em tudo o que existe
e desperta o sagrado em nós.
Creio em Jesus, o Cristo,
que nos leva à plenitude
da estatura humana,
ao que fomos chamados a nos tornar
antes de todos os tempos
e por todas as outras coisas que foram feitas.
Por meio de Cristo
tornamo-nos novas pessoas,
chamadas a ir além das consequências
da nossa fragilidade
e elevados à plenitude da vida.
Pelo poder do Espírito Santo
ele nasceu da mulher Maria,
pura de alma
e sincera –
um sinal para as eras
do lugar exaltado
da feminilidade
no plano divino
da salvação humana.
Ele cresceu como nós
através de todas as fases da vida.
Ele viveu como nós
presa das pressões do mal
e intencionado ao bem.
Ele não rompeu nenhuma ligação com o mundo
ao que estava ligado.
Ele não pecou.
Ele nunca se afastou da mente de Deus.
Ele nos mostrou o Caminho,
viveu-o por nós,
sofreu por causa dele,
e morreu por causa dele
para que vivêssemos
com um coração novo,
uma mente nova,
e uma nova força
apesar de toda a morte
a que estamos diariamente sujeitos.
Para o nosso bem
e pelo bem da Verdade eterna
ele foi perseguido,
atacado
e executado
por aqueles
que eram os seus próprios deuses
e que não valorizavam o sagrado
em nenhum outro.
Ele sofreu para que pudéssemos perceber
que o espírito em nós
nunca pode ser morto,
seja qual for o preço que tenhamos que pagar
por nos mantermos fiéis
ao desejo de Deus.
Ele morreu
mas não morreu
porque ele vive em nós
ainda.
"No terceiro dia" no túmulo
ele ressuscitou
naqueles que ele deixou para trás
e em cada um de nós também
para viver nos corações
que não sucumbirão
aos inimigos da vida.
Ele mudou toda a vida
para todos nós desde então.
Ele ascendeu para a vida de Deus
e espera lá
pela nossa própria ascensão
para a vida além da vida.
Ele espera lá,
julgando o que foi antes
e o que ainda está por vir
contra os valores infinitos
e, em nome da virtude eterna,
pelo tempo em que toda a vida
será reunida em Deus,
cheia de vida e de luz,
embebida de verdade.
Creio no Espírito Santo,
o sopro de Deus
sobre a terra,
que mantém a visão de Cristo presente
às almas ainda na escuridão,
dá vida
mesmo aos corações agora cegos.
Infunde energia
em espíritos ainda cansados, isolados,
em busca e confusos.
O espírito falou
ao coração humano
por meio dos profetas
e me dá sentido
à Palavra
ao longo do tempo.
Creio na Igreja una, santa e universal.
Unida pela santidade da criação
e pela santidade dos corações
sempre verdadeiros.
Reconheço a necessidade
de ser liberto das compulsões
da minha vida desordenada
e a minha necessidade de perdão
diante da fragilidade.
Busco a vida eterna
de formas que eu não posso nem sonhar
e confio
que a criação continua criando
neste mundo
e em nós
para sempre.
Amém.
Amém à criação, ao Deus que é vida, à coragem, à esperança, ao espírito da verdade, à natureza, à felicidade, à plenitude, ao lugar das mulheres no plano de Deus, ao Cristo que nos chama para além os limites de nós mesmos, ao perdão, a tudo o que faz da vida o primeiro passo na expansão do coração para as dimensões de Deus. Amém. Amém. Amém.
Em tudo isso, nós certamente podemos crer.
Como Deus fez.

Diácono francês Robert Hotte

Não deixe de ler o livro de Joan  Chittester "Para aprofundar o creio"

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Canções da Festa dos Reis

Estas são canções do folclore religioso da Festa dos Reis

Que noite tão bonita
(tema de folia de Reis, recolhida por Ely Camargo em Nova Resende, MG, em 1979)
Ai, que hora tão solene, ai, ai, ai
Ai, que noite tão bonita, ai, ai, ai
Que o Menino foi nascido, ai, ai, ai
Numa pobre estrebaria, ai, ai, ai
Quem podia ter nascido, ai, ai, ai
Num lençol de ouro fino, ai, ai, ai
Foi pra dar exemplo ao mundo, ai, ai, ai
Que nasceu pobre menino, ai, ai, ai
CD Cantigas do povo - Água da fonte, Ely Camargo , Paulinas COMEP
Reisado a São José
(domínio público)

Ô de casa, ô de fora
Maria, vai ver quem é
São os cantador de Reis
Quem mandou foi São José
Cantar Reis não é pecado
São José também cantou

São José também cantou
Neste dia de alegria
Mas depois de muito tempo
São José também chorou
Porque viu seu filho moço
Pregado numa cruz por tanto amor

As estrelinhas
(domínio público)

As estrelinhas lá no céu clareou
Foi a hora que Jesus suspirou

Mas ajoelha, meus irmãos pecadô
Joêio em terra pra beijar Nosso Senhor

Louvor a Santo Reis
(Fernando Guimarães)

Santo Reis aqui chegou
Juntinho de sua bandeira
O Bastião anunciou
Quando abriu a porteira:

- Dá licença, meu patrão
Em sua morada entrar

Em nome de Santo Reis
Uma esmola em vosso nome
Queremos cantar pr’ocês
Enquanto o dia não some

Lá detrás daquela serra
Uma luz há de brilhar

Começa ocê primeiro
Que depois eu vou atrás
Traz pra adiante os violeiro
Que o povo é bão demais

Cafezinho, broa fria
Prosa boa de encantar

Então o dono da casa
Disse assim para seus filhos:
- Passa por debaixo da bandeira
Beija o santo e pede a graça

Que a alegria lá de cima
Há de nos acompanhar

Bendito de São José
(recolhido por Frei Francisco Van Der Poel em Virgem da Lapa, Tuntum, MG, 1974)
Bendito, louvado seja
Senhor São José
Leva Deus menino
Para Nazaré
Se eu fora com ele
Bem acompanhado
Da Virgem Maria
Coroa consagrada
Coroa consagrada
Que vem lá da glória
Bem que nós adoremo
Aquela Senhora
Aquela Senhora
De tão bão coração
Não deixa morrer
Sem a confissão
Sem a confissão
Não hei de morrer
Ninguém vai no céu
Se não merecer
Abre a porta senhora
Para entrar Jesus
Com os braços abertos
Cravado na cruz
Cravado na cruz
Vossos pés também
Louva Deus menino
Para sempre, Amém

José e Maria
José Carpinteiro
Procura agasalho
As horas se passam
Já cantou o galo
Ninguém abre a porta
Naquela cidade
José entristece
Tão pobre e cansado.

José Carpinteiro
E a Virgem Maria
Procuram pousada
Numa estrebaria
A noite chegou
E a hora esperada
Maria suspira
Tão pobre e cansada.
José Carpinteiro
Achou agasalho
Maria descansa
Tão rica nas palhas
Belém abre as portas
Banhada de luz
A estrela já trouxe
O menino Jesus.

 Cantiga para acalentar o menino
"O galo canta: - Cristo nasceu!
E o boi muge: - Onde? Onde?
E o carneiro berra: - Belém, Belém."
A ovelha traz a lã
Com o orvalho da manhã
Para alegrar o menino
Uma cabra toca o sino.
E a cantora sabiá
Se esgoela de cantar.
A aranha costureira
Tece uma roupa ligeira.
A galinha põe um ovo
Que bem serve pro almoço
E a vaca o que é que quer?
Trazer leite com café.
Se o menino não se cala
Nem se a borboleta embala
A mãe sabe consolar
Dando o peito pra mamar.

Santos Reis do Oriente (1)
Quando entro nesta sala
Que do Oriente vi
Falo meu nome, mais nada.
Sou rei de raça
Sou rei de Congo
É minha graça.
Quando entro nesta sala
Que do Oriente vi
Falo meu nome, mais nada.
Sou rei de caça
Sou rei de flecha
É minha arma.
Quando entro nesta sala
Que do Oriente vi
Falo meu nome, mais nada.
Sou rei de praça
De capa e espada
Rei de jornada.
Somos reis na terra
Somos reis no mar
Os pés do Menino
Viemos beijar.
Somos reis na terra
Somos reis no mar
Rei maior, Menino
Viemos louvar.

Baile do Menino Deus
Venham, estrela lua e sol
Neste sagrado momento
Bailar em grande recinto
Louvar belo nascimento
Dançar na roda do dia
Da noite e do firmamento.
Venham homens e pastoras
Crianças e os bichos também
A função já principia
Ao baile Deus menino vem
Nesta hora de alegria
Brincar é o que nos convém.
Senhores donos da casa
Jesus, José e Maria
O baile aqui não termina
O baile aqui principia
Do mesmo jeito que o sol
Se renova a cada dia
Da mesma forma que a lua
Quatro vezes se recria
Do mesmo tanto que a estrela
Repassa a rota e nos guia.
Cantar, dançar na folia
Todos vamos, vamos já
Caboclinhos e Cigana
Boi, Burrinha e Jaraguá
Vamos dar a meia volta
Volta e meia vamos dar.

Menina da saia branca
(recolhida em Goiás e Portugal)
Menina da saia branca
Que fazes neste quintal?
Lavando os paninhos
Para a noite de Natal?
Encontrei uma senhora
À beira do rio
Lavando os paninhos
Do seu bento filho
Menina da saia branca...
Maria lavava
José estendia
O menino chorava
Com o frio que fazia
Menina da saia branca...
A Virgem ao peito
O foi aconchegar
E logo o Deus Menino
Deixou de chorar

Cantoria de folia de Reis
(recolhida em Mossâmedes, Crixás e Itaberaí, Goiás)
Os três reis vem de viagem
Pra lapinha de Belém } bis
Visitar Menino Deus
Que Virgem Maria tem } bis
Foi a noite e veio dia
E veio as horas também } bis
Pai e Filho, Esprito Santo
Na hora de Deus, amém } bis
Concluímos este canto
Fazendo o sinal da cruz } bis
Padre, Filho, Esprito Santo
Para sempre amém Jesus } bis

Cantoria de folia de Reis
(recolhida em Mossâmedes, Goiânia e Americano do Brasil, Goiás)
Santo Reis vai chegando
Com raio de resplendor } bis
Vai dizendo: Viva, viva
Viva o nobre Imperador } bis
Os três reis aqui chegaram
Cansados de viajar } bis
Procurando Deus Menino
Para eles adorar } bis
Deus te salve, Deus Menino
A santa estrela da guia } bis
Deus te salve, São José
Vossa mãe, Santa Maria } bis

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Preocupada com uma avaliação diferente?


Reúna seu grupo de catequistas para a avaliação do ano e dê a cada uma, um Kit com uma pulseira de bijouteria, clips, uma borracha, elástico e balas, com o texto abaixo:
Para você, um Kit especial

Este é o Kit da Felicidade que deve nos acompanhar durante o próximo ano.
Nele você encontrará o indispensável:
* Uma joia de pedras preciosas (uma pulseira ou colar de bijouteria), representando a família e os amigos mais íntimos. Eles valem ouro. Guarde-os com carinho no coração.
* Clips para reunir e não deixar perder nenhum ensinamento e nenhuma  experiência positivas.
* Uma borracha... é melhor apagar os mal-entendidos. Ela representa o perdão, o coração aberto, sem preconceito, amigo e sedento de justiça.
* Um elástico lembrando seu círculo de amizades. Ele poderá ficar grande ou pequeno, conforme a sua capacidade ou desejo de relacionar-se com os outros.
* Lembre-se de levar consigo balas para lembrar os doces momentos vividos neste ano. Que perdurem por todo o ano de 2013 e também nos outros.

Leia com o grupo o texto e, depois comentem juntos, cada item.
Depois, façam uma pequena celebração  a partir de um texto bíblico, como por exemplo: Lc 10,17-20  ou Mt 5,13-16. Façam a Leitura e partilhem. Rezem o Pai Nosso e depois, saúdem-se com o abraço da paz!

sábado, 24 de novembro de 2012

Hino da Fé

Após um cuidadoso trabalho de tradução e revisão, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulga a versão oficial do Hino da Fé para o Brasil.

Trata-se de uma iniciativa das Comissões Episcopais Pastorais para a Liturgia e para a Doutrina da Fé, para que a canção seja usada pela Igreja no Brasil durante este Ano da Fé.

A seguir, reproduzimos o texto enviado pelas comissões, com um breve comentário sobre a canção.




O hino
CREIO, Ó SENHOR!
Hino do Ano da Fé
Música e texto original italiano
Tradução para o Brasil: CNBB


1. Caminhamos repletos de esperança, tateando pela noite.
Nos encontras no Advento da história,
És pra nós o Filho do Altíssimo!
CREIO, Ó SENHOR, CREIO!
Com os santos que caminham entre nós, Senhor, nós te pedimos:
AUMENTA, AUMENTA A NOSSA FÉ!
CREIO, Ó SENHOR, AUMENTA A NOSSA FÉ!

2. Caminhamos frágeis e perdidos, sem o pão de cada dia.
Tu nos nutres com a luz do Natal,
És pra nós a estrela da manhã!
CREIO, Ó SENHOR, CREIO!
Com Maria, a primeira dos que creem, Senhor, a ti oramos:
AUMENTA, AUMENTA A NOSSA FÉ!
CREIO, Ó SENHOR, AUMENTA A NOSSA FÉ!

3. Caminhamos, cansados e sofridos, as feridas ainda abertas.
Tu sacias quem te busca nos desertos,
És pra nós a mão que cuida e nos cura!
CREIO, Ó SENHOR, CREIO!
Com os pobres que esperam à porta, Senhor, nós te invocamos:
AUMENTA, AUMENTA A NOSSA FÉ!
CREIO, Ó SENHOR, AUMENTA A NOSSA FÉ!

4. Caminhamos sob o peso da cruz nas pegadas dos teus passos.
Tu ressurges na manhã da santa Páscoa,
És pra nós o Vivente que não morre.
CREIO, Ó SENHOR, CREIO!
Com os humildes que querem renascer, Senhor, te suplicamos:
AUMENTA, AUMENTA A NOSSA FÉ!
CREIO, Ó SENHOR, AUMENTA A NOSSA FÉ!

5. Caminhamos atentos ao chamado de cada novo Pentecostes.
Tu recrias a presença desse sopro,
És pra nós a Palavra do futuro.
CREIO, Ó SENHOR, CREIO!
Com a Igreja que anuncia o Evangelho, Senhor, nós te rogamos:
AUMENTA, AUMENTA A NOSSA FÉ!
CREIO, Ó SENHOR, AUMENTA A NOSSA FÉ!
6. Caminhamos, cada dia que nos dás, com os irmãos e as irmãs.
Tu nos guias nos caminhos desta terra,
És pra nós a esperança da chegada!
CREIO, Ó SENHOR, CREIO!
Com o mundo onde o Reino está entre nós, Senhor, nós te clamamos:
AUMENTA, AUMENTA A NOSSA FÉ!
CREIO, Ó SENHOR, AUMENTA A NOSSA FÉ!

Breve comentário

Conhecemos bem o quanto a música e o canto são importantes para a compreensão e o aprofundamento das ideias, e o quanto são úteis para a divulgação de campanhas e de projetos. Seguindo o convite do Santo Padre, “queremos celebrar este Ano de forma digna e fecunda” (PF, 8). Por isso, o Ano da Fé não poderia ficar sem seu hino. Dele esperamos que ajude a marcar este “tempo de particular reflexão e redescoberta da fé” (PF, 4).
Divulgado pelo Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, o hino circulou rapidamente pela internet, inclusive em uma versão portuguesa. Os assessores das Comissões Episcopais Pastorais para a Liturgia e para a Doutrina da Fé prepararam esta versão brasileira. Depois de avaliada pelos presidentes dessas Comissões e pelo Secretário Geral da CNBB, tornamos pública, para que seja usada pela Igreja no Brasil durante este Ano da Fé.
A súplica do pai que apresentou seu filho para ser curado por Jesus – “Eu creio, mas aumentai a minha fé” (Mc 9,24) – é assumida por todos nós. Desse modo, o hino é um grande pedido pela renovação e pelo crescimento da fé. Há uma particularidade a ser notada: a primeira parte da súplica está no singular: “creio, ó Senhor”. E a segunda parte está no plural: “aumenta nossa fé”. Assim se destacam os vários aspectos da fé, que são aprofundados pelo Papa no número 10 da Porta Fidei: ao mesmo tempo ela é pessoal e eclesial, é um ato pessoal e tem conteúdo “objetivo”.
Outro elemento que se destaca pela repetição é a expressão “caminhamos”, que ocorre no início de cada estrofe. Na mesma Porta Fidei, Bento XVI nos recorda que, uma vez atravessado o limiar da porta, por meio do batismo, abre-se diante de nós um caminho que dura a vida toda e que se conclui com a passagem para a vida eterna (PF, 1). O povo brasileiro se identifica muito com as romarias, peregrinações, procissões e caminhadas. Elas são um símbolo da peregrinação espiritual que toda a nossa existência cristã: “não temos aqui cidade permanente, mas andamos à procura da que está para vir” (Hb 13,14). O modo como caminhamos é destacado de modo diferente a cada nova estrofe: cheios de esperança, frágeis e perdidos, cansados e sofridos, sob o peso da cruz, atentos ao chamado, com os irmãos e as irmãs. É um caminho feito em companhia, desafiador, é certo, mas dirigido pelas marcas dos passos de Nosso Senhor, como bem recorda a estrofe 4.
O caminhar da Igreja é marcado, portanto, pelos mistérios da vida de Cristo, reflexos do grande Mistério Pascal. Na sequência, nos são recordados: o Advento, o Natal, a Quaresma, a Páscoa, Pentecostes e o Reino definitivo. Do mistério do Filho de Deus feito homem é que a Igreja vive permanentemente. É a comunhão com Ele que orienta e anima toda a caminhada eclesial ao longo da história e, na grande comunhão dos santos, é também o que anima cada um dos fieis, pessoalmente.
Alguns títulos de Cristo são evocados, junto com os mistérios. Filho do Altíssimo, estrela da manhã, mão que cuida e que cura, o Vivente que não morre, Palavra, esperança da chegada. Desse modo o Mistério do Filho de Deus feito nosso irmão impregna toda a existência dos cristãos, na Igreja. Assim ele nos anima no caminho e nos conduz para a meta.
Esse caminhar é feito em companhia. Como companheiros são recordados, na sequência das estrofes: os Santos que “caminham entre nós”, Maria, “a primeira dos que creem”, os pobres que “esperam à porta”, os humildes que “querem renascer”, a Igreja que “anuncia o Evangelho”, o mundo, no qual se encontram sinais do Reino que “está entre nós”. Esta grande companhia de fé nos permite muitas e profundas reflexões: a comunhão dos santos, o significado da presença da Mãe de Jesus na vida da Igreja, os pobres, nos quais podemos servir ao próprio Cristo e pagar-lhe amor com amor, o espírito das bem-aventuranças expresso nos “humildes”. Como resume a última estrofe, trata-se da companhia de fé, de esperança e de amor que é a Igreja.
A consciência de que o hino expressa a súplica da Igreja que quer ser renovada na fé é expressa nos termos com os quais se conclui cada estrofe: pedimos, oramos, invocamos, suplicamos, rogamos, clamamos. A renovação eclesial e o impulso para a nova evangelização, objetivos principais do Ano da Fé (PF, 7-8), não serão alcançados simplesmente por nosso esforço. São dons da graça divina, que devemos suplicar com humildade e buscar com toda energia.
Valha-nos sempre a proteção da Virgem Maria, bem-aventurada porque acreditou (Lc 1,45).

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Leitura Orante: Dia Nacional de Ação de Graças



22 de novembro (quarta quinta-feira do mês de novembro)
(Ambiente: ornamentar com flores, tendo a Bíblia no centro e uma vela acesa)

Animador/a: Graça e Paz a todos nós, aqui reunidos, para com a Palavra,
fazermos orações de Ação de Graças.
Iniciamos, rezando juntos o Salmo 94:
(Pode ser rezado em dois coros ou com um solista e os demais repetem)

Salmo de introdução
- Venham, ó nações, ao Senhor cantar (bis)
- Ao Deus do universo, venham festejar (bis)
- Seu amor por nós, firme para sempre (bis)
- Sua fidelidade dura eternamente (bis)
- Toda a terra aclame, cante ao Senhor (bis)
- Sirva com alegria, venha com fervor (bis)
- Nossas mãos orantes para o céu subindo (bis)
- Cheguem como oferenda ao som deste hino (bis)
- Glória ao Pai, ao Filho e ao Santo Espírito (bis)
- Glória à Trindade Santa, glória ao Deus bendito (bis)

Anim.: Vamos ler o texto do Evangelho de Jesus Cristo escrito por São Mateus, e
seguir o método da Leitura Orante. Aclamemos com nosso canto a Palavra antes de ouvi-la.

Canto
A Palavra está perto de ti, em tua boca, em teu coração (bis) (Rm 10,8)
CD Palavras Sagradas do Apóstolo Paulo - Paulinas/Comep

1. Leitura (Verdade)
Leitor 1
O que diz o texto do dia?
Mt 11,25-27:  Naquele tempo, Jesus disse: «Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Meu Pai entregou tudo a mim. Ninguém conhece o Filho, a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar.

Anim.:
Os bispos, na reunião que fizeram em Aparecida, agradeceram a Deus por muitas coisas. Vamos lembrar o que eles disseram:
Leitor 2
Louvamos a Deus pela beleza da criação, que é obra de suas mãos.
Bendizemos a Deus por haver criado o ser humano, homem e mulher.
Louvamos a Deus pelos talentos, estudo e decisão de homens e mulheres para promover iniciativas e projetos geradores de vida.
Louvamos a Deus por aqueles que cultivam as ciências e a tecnologia
Louvamos a Deus pela verdade, o bem e a beleza.
Bendizemos ao Pai pelo dom de seu Filho Jesus Cristo, "rosto humano de Deus e rosto divino do homem".
Louvamos a Deus porque Ele continua derramando seu amor em nós pelo Espírito Santo e nos alimentando com a Eucaristia, pão da vida.
Louvamos a Deus pelo dom maravilhoso da vida e por aqueles que a honram e a dignificam ao colocá-la a serviço dos demais.
(DAp 106,116,120-123)



2. Meditação (Caminho)
Anim.:
O que o texto do Evangelho que lemos diz para mim? Para nós?
O texto nos fala da oração de louvor de Jesus o Pai. Pela nossa fé, vivemos bem unidos a Jesus e com Ele louvamos ao Pai.
Neste dia de Ação de Graças recordamos as 102 pessoas que viajaram no navio Mayflowers, no ano de 1620, deixando a Inglaterra devido a perseguições.
Esse grupo sofreu muito nos Estados Unidos, com as intempéries, a falta de experiência no cultivo da terra e tendo que construir suas casas de madeira, antes que o inverno chegasse.
Receberam ajuda dos índios americanos, que os ensinaram a cultivar a terra, a plantar e a caçar. No ano seguinte, quando chegou a época de colher os frutos, ficaram maravilhados com a fartura.
Após a colheita, se reuniram para comer e agradecer a Deus por aquela bênção e pela terra que haviam escolhido para sua pátria.
No ano de 1909, Joaquim Nabuco, embaixador do Brasil nos EUA assistiu ao dia de ação de graças e, impressionado, declarou: "quisera que toda a humanidade se unisse neste mesmo dia, para um universal agradecimento a Deus". O presidente Eurico Gaspar Dutra  instituiu o Dia Nacional de Ação de Graças, em 17/ de agosto de 1949. O presidente Castelo Branco regulamentou no ano de 1965, quando se oficializou a quinta-feira  da quarta semana do mês de novembro para a comemoração em todo território Nacional".
Foi assim que nasceu o Dia Nacional de Ação de Graças.
Vamos agora cantar a ação de graças por tudo, como nos ensinou São Paulo, o Apóstolo:

Canto: "Por tudo dai graças, por tudo dai graças,
dai graças por tudo, dai graças. (1 Ts 5,18).
CD Palavras Sagradas do Apóstolo Paulo - Paulinas/Comep

3.Oração (Vida)
O que o texto nos leva a dizer a Deus?
Uma oração que Jesus nos ensinou a rezar, começa com louvor. É o Pai Nosso.
Vamos rezá-la com Jesus, erguendo os braços,fazendo ao Pai o nosso louvor:
Pai nosso...

4.Contemplação (Vida e Missão)
Anim: Qual o nosso novo olhar a partir da Palavra? Sinto-me discípulo/a de Jesus.
Meu olhar deste dia será iluminado pelo olhar de Jesus Cristo, que se volta para o Pai e faz seu louvor.Um olhar de gratidão, de filhos e filhas.
Bênção
 Anim.: Agora vamos receber a bênção de Deus que nos vem da sua Palavra. Podemos nos inclinar.
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Canto (todos)
MEU SORRISO NÃO É MEU
Pe. Zezinho, scj
1.Meu sorriso não é só meu
Foi Deus quem me deu
Este sorriso não é só meu

O que eu tenho de bom
É pra dar aos meus irmãos

2.Meu brinquedo não é só meu
Foi Deus quem me deu
Este brinquedo que não é só meu

3.Meu alimento não é só meu
Foi Deus quem me deu
Este alimento que não é só meu

4.Meu dinheiro não é só meu
Foi Deus quem me deu
Este dinheiro que não é só meu.

 (Finalizando, pode-se fazer a partilha de um lanche, previamente preparado).
Irmã Patrícia Silva, fsp