Parábola da semente

"Saiu o semeador a semear..." (Mc 4,3)



quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Celebração para o Dia Mundial da Paz 2011


Tema 
“Liberdade religiosa, caminho para a paz”
(Celebração inspirada na Mensagem do papa Bento 16)
(Esta celebração pode ser feita individualmente, mas, de preferência, em grupos, comunidades, na véspera ou no dia do novo ano, nos locais de trabalho, nos ambientes de família, nas igrejas, comunidades, nos hospitais, prisões, asilos, e até em ambientes onde se encontram as pessoas para férias e descanso. Criar um ambiente com flores, mesa com toalha branca, a Bíblia, uma vela acesa. Na frente de todos, coloca-se um pequeno cartaz com o tema: “Liberdade religiosa, caminho para a paz”. Também se pode colocar um tecido branco simbolizando a bandeira da paz. A celebração é conduzida por um/a Presidente (P ) e conta com dois/duas Leitores (L1 e L2). Os cantos são conhecidos, mas podem ser copiados para que as pessoas acompanhem. Podem também ser acrescentados outros cantos com o mesmo tema: a paz).

P:  Boas vindas a todos. Graça e Paz! No primeiro dia do Ano Novo de 2011, celebra-se o 44º  Dia Mundial da Paz. Com expressão de votos de paz, aos homens e mulheres de boa vontade do mundo inteiro, o papa Bento 16, nos convida a refletir sobre o tema: Liberdade religiosa, caminho para a paz. Iniciamos nosso encontro, nos cumprimentando e cantando.
Canto: Quero te dar a paz
Quero te dar a paz do meu Senhor com muito amor!
Quero te dar a paz do meu Senhor com muito amor!


1.Na flor vejo manifestar o poder da criação,
Nos teus lábios eu vejo estar o sorriso de um irmão
Toda vez que te abraço e aperto a tua mão,
Sinto forte o poder do Amor dentro do meu coração!

2.Deus é Pai e nos protege, Cristo é o Filho e Salvação
Santo Espírito Consolador, na Trindade somos irmãos!
Toda vez que te abraço e aperto a tua mão
Sinto forte o poder do Amor dentro do meu coração!

P: Dia 1º de janeiro é o Dia Mundial da Paz. O que é a paz? Como a simbolizamos? Como a definimos? 

L1: Simbolizamos a paz de tantas formas: pela cor branca, com nossos gestos, com atitudes de reconciliação. A pomba é um símbolo bíblico da paz.

L2: A paz está dentro e fora de nós. Nas relações sociais, e com a natureza.
C: Muitas pessoas falaram da paz. Recordemos algumas.
L1: Não existe um Caminho para a PAZ. A PAZ é o Caminho!, disse Gandhi.

L2: Não há paz sem justiça, não há justiça sem perdão. Disse o papa João Paulo 2º .
L1: Temos de aprender a viver todos em paz, como irmãos, ou morreremos todos como loucos. De Martin Luther King.
L2: ...então eu pergunto: por que não dar uma chance para a paz? Frase de John Lennon .
L1:  E Jesus Cristo disse: Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou, não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize."(Jo 14,27).
P: Diz Bento 16, na Mensagem deste ano:

L1 A paz é um dom de Deus e, ao mesmo tempo, um projeto a realizar, nunca totalmente cumprido. Uma sociedade reconciliada com Deus está mais perto da paz, que não é simples ausência de guerra, nem mero fruto do predomínio militar ou econômico, e menos ainda de astúcias enganadoras ou de hábeis manipulações. Pelo contrário, a paz é o resultado de um processo de purificação e elevação cultural, moral e espiritual de cada pessoa e povo, no qual a dignidade humana é plenamente respeitada. Convido todos aqueles que desejam tornar-se obreiros de paz e sobretudo os jovens a prestarem ouvidos à própria voz interior, para encontrar em Deus a referência estável para a conquista de uma liberdade autêntica, a força inesgotável para orientar o mundo com um espírito novo, capaz de não repetir os erros do passado. ».

P: Disse o Servo de Deus o papa Paulo VI, a cuja sabedoria e clarividência se deve a instituição do Dia Mundial da Paz:

L2: «É preciso, antes de mais nada, proporcionar à Paz outras armas, que não aquelas que se destinam a matar e a exterminar a humanidade. São necessárias sobretudo as armas morais, que dão força e prestígio ao direito internacional; aquela arma, em primeiro lugar, da observância dos pactos»

P: A liberdade religiosa é uma autêntica arma da paz, com uma missão histórica e profética. De fato, ela valoriza e faz frutificar as qualidades e potencialidades mais profundas da pessoa humana, capazes de mudar e tornar melhor o mundo; consente alimentar a esperança num futuro de justiça e de paz, mesmo diante das graves injustiças e das misérias materiais e morais.

L1: Na sua Mensagem, deste ano, Bento XVI lembra: “é doloroso constatar que, em algumas regiões do mundo, não é possível professar e exprimir livremente a própria religião sem pôr em risco a vida e a liberdade pessoal. Noutras regiões, há formas mais silenciosas e sofisticadas de preconceito e oposição contra os crentes e os símbolos religiosos. Os cristãos são, atualmente, o grupo religioso que padece o maior número de perseguições devido à própria fé. Muitos suportam diariamente ofensas e vivem frequentemente em sobressalto por causa da sua procura da verdade, da sua fé em Jesus Cristo e do seu apelo sincero para que seja reconhecida a liberdade religiosa. Não se pode aceitar nada disto, porque constitui uma ofensa a Deus e à dignidade humana; além disso, é uma ameaça à segurança e à paz e impede a realização de um desenvolvimento humano autêntico e integral”.

L2: Depois, o papa  diz: “exorto os homens e mulheres de boa vontade a renovarem o seu compromisso pela construção de um mundo onde todos sejam livres para professar a sua própria religião ou a sua fé e viver o seu amor a Deus com todo o coração, toda a alma e toda a mente (cf. Mt 22, 37).”

P: E o papa nos ajuda a pensar em algumas questões:
L1: - No direito sagrado à vida e a uma vida espiritual.
L2: - Na liberdade religiosa e respeito recíproco.
L1: - Na família, escola de liberdade e de paz.
L2: - Nos direitos e liberdades fundamentais radicados na dignidade da pessoa. Entre eles,  a liberdade religiosa goza de um estatuto especial.
L1: - Na dimensão pública da religião: a liberdade religiosa – como qualquer outra liberdade – realiza-se na relação com os outros. Uma liberdade sem relação não é liberdade perfeita.
L2: - Os perigos da instrumentalização da liberdade religiosa.
L1: - No fundamentalismo e a hostilidade contra os crentes.
L2: - No diálogo entre instituições civis e religiosas
L1: - No mundo globalizado, as grandes religiões podem constituir um fator importante de unidade e paz para a família humana.
L2: - Os cristãos, por sua vez, são solicitados pela sua própria fé em Deus, Pai do Senhor Jesus Cristo, a viver como irmãos que se encontram na Igreja e colaboram para a edificação de um mundo, onde as pessoas e os povos «não mais praticarão o mal nem a destruição” (Is 11, 9). O mundo tem necessidade de Deus; tem necessidade de valores éticos e espirituais, universais e compartilhados, e a religião pode oferecer uma contribuição preciosa na sua busca.

P.: E Bento 16 aponta para uma estrada:
L1: - A estrada indicada não é a do relativismo nem do sincretismo religioso. De fato, a Igreja «anuncia, e tem mesmo a obrigação de anunciar incessantemente Cristo, “caminho, verdade e vida” (Jo 14, 6). Todavia isto não exclui o diálogo e a busca comum da verdade em diversos âmbitos vitais, porque, como diz uma expressão usada frequentemente por São Tomás de Aquino, «toda a verdade, independentemente de quem a diga, provém do Espírito Santo».

P: E o papa se dirige, por fim, às comunidades cristãs que sofrem perseguições, discriminações, atos de violência e intolerância, particularmente na Ásia, na África, no Médio Oriente e de modo especial na Terra Santa, lugar escolhido e abençoado por Deus.

L2: Diz ele: “Ao mesmo tempo que lhes renovo a expressão do meu afeto  paterno e asseguro a minha oração, peço a todos os responsáveis que intervenham prontamente para pôr fim a toda a violência contra os cristãos que habitam naquelas regiões. Que os discípulos de Cristo não desanimem com as presentes adversidades, porque o testemunho do Evangelho é e será sempre sinal de contradição.
Meditemos no nosso coração as palavras do Senhor Jesus: «Felizes os que choram, porque hão-se ser consolados. (...) Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. (...) Felizes sereis quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentido, vos acusarem de toda a espécie de mal. Alegrai-vos e exultai, pois é grande nos Céus a vossa recompensa» (Mt 5, 4-12).
P.: Cantemos a Oração da Paz.
Canto:  Oração de São Francisco
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvida, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve alegria,
Onde houver trevas, que eu leve a luz. Ó Mestre,
fazei que eu procure mais, consolar que ser consolado,
compreender que ser compreendido, amar, que ser amado. Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive para a vida eterna...

P: A paz é um dom de Deus e, ao mesmo tempo, um projeto a realizar, nunca totalmente cumprido. “Que todos os homens e as sociedades aos diversos níveis e nos vários ângulos da terra possam brevemente experimentar a liberdade religiosa, caminho para a paz.”  
Demonstrando que assumimos o empenho  para construir a paz, em nós, em nossas famílias, no grupo, em nossa equipe de trabalho, na sociedade, vamos passar de mão em mão a bandeira da paz, cantando.

Canto: É bonita demais – Zé Vicente
É bonita de mais, é bonita de mais a mão
de quem condiz a bandeira da paz. (bis)

- É a paz verdadeira, que vem da justiça, irmão.
É a paz da esperança,  que nasce de dentro do coração.

É a paz da verdade, da pura irmandade do amor, paz da comunidade, que busca igualdade, ô, ô

Paz que é graça e presente, na vida da gente de fé, paz do onipotente, Deus na nossa frente, Javé.

Bênção
P: Que o Senhor nos abençoe, livre-nos de todo mal, de toda violência, e nos conduza em seus caminhos de paz!  Amém.

Leia a Mensagem do Papa, na íntegra,  em:

sábado, 20 de novembro de 2010

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Nota da CNBB sobre as eleições

Ao final do segundo turno das eleições, ocorrido neste domingo, 31 de outubro, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB saúda todos os eleitos - deputados estaduais e federais, senadores, governadores e presidente da República -, augurando-lhes sucesso na tarefa de representar e defender o povo que os escolheu para esta missão.
A CNBB cumprimenta de maneira especial a Sra. Dilma Rousseff, eleita presidente da República, a quem caberá dirigir os destinos da nação brasileira nos próximos quatro anos. Dela e dos demais eleitos se espera fidelidade no cumprimento das promessas apresentadas durante a campanha eleitoral. Passadas as eleições, o compromisso de todos é unir os esforços na construção de um Brasil com paz, justiça social e vida plena para todos. Pesa sobre os ombros de cada um dos eleitos a responsabilidade de corresponder plenamente às expectativas e à confiança, não só de seus eleitores, mas de toda a Nação brasileira.
Saudamos o povo brasileiro, que protagonizou o espetáculo da cidadania e da democracia ao participar ativamente das eleições em seus dois turnos. Cabe, agora, a todos nós, brasileiros e brasileiras, a irrenunciável tarefa de acompanhar os eleitos no exercício de seu mandato, a fim de que não se percam nos caminhos do poder de que foram revestidos.
Que Deus, de quem provém toda autoridade, acompanhe cada um dos eleitos com sua graça e sua bênção. O divino Espírito Santo os ilumine e lhes conceda sabedoria a fim de que tomem sempre as decisões mais acertadas para o bem de nosso povo. Imploramos a intercessão de Nossa Senhora Aparecida para os que foram eleitos e para todo o povo brasileiro.

Brasília, 31 de outubro de 2010
Dom Geraldo Lyrio Rocha, Arcebispo de Mariana, Presidente da CNBB
Dom Luiz Soares Vieira, Arcebispo de Manaus, Vice-presidente da CNBB
Dom Dimas Lara Barbosa, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro, Secretário Geral da CNBB

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Espaço Criança Paulinas





No mês da criança, Paulinas cresce na Internet. Criou, com todo carinho, um espaço para pessoas muito especiais: as crianças.
O número de usuários da internet no Brasil é superior a 73 milhões, conforme levantamento feito no último mês de maio pela comScore,Inc (Nasdaq:Scor), que mede os acessos à rede. Crianças e adolescentes de 6 a 14 anos representam 12% desse total e passam a maior parte do tempo em sites de entretenimento, bate-papo ou nas redes sociais, como o Orkut e o Facebook - um comportamento virtual que preocupa os pais, principalmente em relação aos crescentes casos de pedofilia. (Agência Brasil, 22 de agosto de 2010). Falta orientação para crianças e adolescentes na internet.
Atenta a estes dados e no compromisso de contribuir para a formação dos pequenos, Paulinas criou um canal em seu Portal (Paulinas.org.br) intitulado Espaço Criança Paulinas para recrear e colaborar na orientação e educação de crianças de 2 a 11 anos, usuárias da web.
Assim, Espaço Criança Paulinas tem como objetivo apresentar-se como uma opção diferente na web, através de um conteúdo que valorize a cultura, a literatura infantil, a ecologia, a fé, o folclore, entre outros. Espaço Criança Paulinas quer proporcionar entretenimento que possa contribuir no processo de formação e crescimento das crianças nas diversas áreas: física, moral, conhecimento, relacionamento com as pessoas e com Deus.
Uma equipe de criação e produção foi constituída envolvendo pessoas que trabalham na comunicação para o público infantil. Foi elaborado um projeto interativo, educativo e recreativo, integrando conteúdos de diversas áreas para o público infantil: textos (livros e revista Super+), áudio (músicas, histórias), imagens (vídeos e clips de programas de TV).
O site Espaço Criança Paulinas começa com a participação mais do que especial de Padre Zezinho, scj e Vanessa ajudando os pequenos a cantarem no Karaokê. A galeria virtual tem em sua primeira exposição as belas ilustrações de Mari Inês. Nos quadrinhos, a Turma do Xaxado ensina a criançada a orar o Pai Nosso. Ir. Natividade Pereira abre a brinquedoteca e ainda o jogo do conhecimento com os Amiguinhos da Floresta, passatempos e curiosidades incríveis que favorecem a interação na construção do conhecimento e de valores. As crianças ainda podem enviar seus desenhos para fazer parte de um lindo mural e usar um cantinho todo especial para falar com Deus.
Espaço Criança Paulinas tem o seguinte endereço: www.paulinas.org.br/espacocrianca.
O e-mail para comunicação dos usuários com a equipe é: espacocrianca@paulinas.com.br

Paulinas Online
Outubro 2010


quinta-feira, 30 de setembro de 2010

GABARITO DA MARATONA BÍBLICA

Gabarito
1 d; 2 b; 3 c; 4 a; 5 [c] 120 mil, [d] 4, [b] 40, [a] 3; 6 b; 7 b; 8 c; 9 a; 10 misericórdia, noite, compaixão, Nínive, 120 mil; 11 caça-palavras:

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Livro de Jonas no enfoque das migrações


Pe. Alfredo J. Gonçalves, CS
Introdução
Embora esteja colocado entre os profetas do Antigo Testamento, de acordo com os estudiosos do assunto, o Livro de Jonas não é exatamente uma profecia. Da mesma forma que o Livro de Rute, trata-se, em ambos os casos, de uma “história exemplar” com fins didáticos. Tanto um como o outro, aliás, datam do período pós-exílio, tempo de Esdras e Neemias, quando se tornou comum abordar determinado tema da Tora através de uma espécie de novela pedagógica. O livro segue o esquema de um roteiro narrativo com uma conclusão ética e teológica, procurando alertar para a necessidade de uma mudança de comportamento em relação a Deus e em relação à vivência religiosa.
No caso de Jonas, o tema que está em jogo é a infinita misericórdia de Deus. A história tem a finalidade de romper com o nacionalismo estreito do Povo de Israel, tentando mostrar que o amor de Deus ultrapassa todas as fronteiras. Além de combater uma mentalidade campestre, segundo a qual a cidade é o lugar do pecado e do mal, o livro busca a superação da xenofobia contra os estrangeiros e contra os pagãos, tão enraizada na população de Jerusalém. Como se pode notar, a pequena novela constitui um antídoto contra qualquer tipo de discriminação e de fundamentalismo religioso. Nem precisaria acrescentar que, no contexto do terrorismo e das guerras de religião que vão se multiplicando cada vez mais, o livro ganha uma força atual e evidente.
O roteiro da história subdivide-se em quatro partes: a) uma série de fugas por parte do profeta; b) uma parada para oração, reflexão, meditação; c) o anúncio e a conversão do povo de Nínive; d) a lição final de Javé. Tendo como pano de fundo, por um lado, o universo da mobilidade humana, com as mais distintas formas de migrações e deslocamentos de massa e, por outro, o crescente intercâmbio de pessoas, povos e culturas diferentes, tentaremos seguir a trajetória de Jonas através de uma leitura que é, ao mesmo tempo social, pastoral, psicológica e espiritual.

1. Processo de fuga
Chamado por Deus a anunciar as injustiças da grande cidade de Nínive, Jonas empreende uma série de fugas até perder-se no fundo do mar e no ventre de um grande peixe. Primeiramente, “na intenção de escapar da presença do Senhor” (1,1), ele procura embarcar para Társis. Jonas teme defrontar-se com a face de Javé, evita até conhecer a sua vontade que é sempre imprevista e imprevisível. Desconfia já que os caminhos de Deus não são os seus caminhos e por isso prefere evitar o encontro. De certa forma teme a fidelidade de um Deus que permanece atento ao rumo da história e, nela, costuma introduzir novidades escandalosas do ponto de vista da lógica humana. Em outras palavras, teme as surpresas do amor de Deus no caminho das pessoas e das nações.
Essa atitude o leva a recusar o chamado e envio de Javé e a deixar precipitadamente a cidade de Nínive. Um verdadeiro hebreu, povo tradicional da aliança com Javé, não pode admitir que Deus estenda sua mão misericordiosa à capital da Assíria, inimiga histórica da casa de Israel. Como pode o Senhor fechar os olhos aos pecados desses estranhos ninivitas? Por trás da atitude preconceituosa de Jonas mesclam-se dois sentimentos: a desconfiança do camponês para com a vida desregrada da cidade e a mentalidade justiceira e xenófoba do israelita para com os estrangeiros e pagãos.
O caminho da fuga é o porto de Jope, o navio é o meio de transporte. Do ponto de vista simbólico, tomar o navio representa a atitude de deixar a terra firme e familiar, para aventurar-se por mares desconhecidos, “nunca dantes navegados”, como diria o poeta português. Ou seja, mais vale enfrentar a travessia de um terreno incógnito e duvidoso, com seus riscos e perigos, do que a certeza de uma missão tão inédita e desconcertante. Como pode o amor de Deus chegar tão longe, a ponto de ignorar os males da potência inimiga? Jonas não está disposto a “perder tempo” com os pecadores de outra nação. Sua visão nacionalista se agarra ciosamente à predileção de Javé pelo povo de Israel. Limitado, não consegue enxergar além dos próprios muros. Mostra-se incapaz de abrir-se aos que estão do lado de fora. Em sua cabeça o “nós” e o “eles” devem manter limites nítidos e bem definidos. Espera assim que o navio e o mar o libertem dessa voz incômoda que o persegue com tanta insistência.
Mas então sobrevém a tempestade e o mar se agita violentamente, fazendo com que “o navio esteja a ponto de naufragar”. As ondas bravias simbolizam o conflito que se desencadeou no coração e na alma de Jonas. Ao recusar a missão a que foi chamado, ele se debate entre, de um lado, a voz de Deus que o chama e envia e, do outro, o preconceito que o domina. A fúria do mar reflete o tormento e a agitação na consciência do profeta, da mesma forma que o episódio da sarça ardente, no Livro do Êxodo, traduz a tensão entre o grito do povo e o medo do faraó no coração de Moisés. O grupo de marinheiros se aproxima de Jonas com o fim de resolver o impasse. Uma vez mais Jonas foge, primeiro refugiando-se em um “sono solto”, alheio a tudo e a todos; depois, recusando-se a resolver de forma adulta as turbulências criadas pela crise.
De um ponto de vista psicológico, há duas maneiras infantis de fugir a uma crise ou a um problema comunitário: ou jogando toda culpa sobre os outros, ou culpando unicamente a si mesmo. Jonas opta por esta última pedindo que o atirem ao mar, pois “foi por minha causa que vos veio tão forte temporal”. Atribui a si mesmo toda culpa, evitando assim um diálogo difícil, sem dúvida, mas aberto, transparente, maduro e mutuamente enriquecedor. Prefere o caminho mais fácil e mais curto, temendo a via lenta e longa do confronto e do debate. Termina por esconder-se no turbilhão de uma dupla tempestade, interna e externa, e sendo devorado pelo mar revolto.
Entretanto, a fuga não terminou aí. Até mesmo no seio das águas Jonas continua se sentindo pressionado, simultaneamente, pelo o chamado do Senhor que o envia a Nínive e por seu preconceito para com a nação estrangeira e pecadora. Como última tentativa de livrar-se dessa tensão, acaba sendo engolido por um grande peixe. Convém não esquecer que essa imagem, do herói no ventre de um peixe, é bastante recorrente na literatura antiga, contemporânea do escrito que estamos analisando. Simbolicamente, expressa o retorno ao ventre materno, numa tentativa de desaparecer por completo da face da terra. Jeremias é o profeta que explicita de forma mais contundente esse sentimento de auto-anulação: “Maldito seja o dia em que eu nasci. Que jamais seja bendito o dia em que minha mãe me deu à luz. Maldito o homem que levou a notícia a meu pai” (Jr 20,14-15). Diante da insistência de um Deus fiel à aliança que estabeleceu com seu povo, por uma parte, e das dificuldades encontradas no desempenho da missão, por outra, o mensageiro vê na morte o único alívio. Mais que isso, em seu desespero deseja regressar à posição fetal no ventre materno, isto é, deseja sequer ter nascido.
As quatro fugas – da face de Javé, da cidade de Nínive, do grupo de marinheiros e de si próprio – são na verdade um único processo de alienação em várias dimensões. Embora descritas em seqüência cronológica na novela, elas constituem um jogo entrelaçado de recusas simultâneas. Em outras palavras, recusar encontrar-se com Deus tem como conseqüência abandonar a tarefa do anúncio, evitar o confronto com a comunidade, e inclusive rejeitar o dom da vida. Uma pressupõe e segue a outra, numa espécie de círculo vicioso, em que fugir é fechar-se, ao mesmo tempo, a Deus, à missão, ao outro e a si mesmo. Trata-se de uma só recusa cujos desdobramentos irão repercutir na totalidade da existência e em seu intrincado campo de relações. A partir do momento que se rompe um dos fios que costura o projeto de vida, a negação irá atingir, destruindo-os, todos os laços que o compõem.
Enquanto o amor de Deus se revela aberto ao encontro com “o estrangeiro, o diferente, o outro”, Jonas prefere interceptar qualquer possibilidade de relacionamento. Nega-se terminantemente a todo tipo de intercâmbio. Nele, uma justiça impiedosa precede ou substitui a misericórdia. Por isso que, ao conhecer no íntimo de seu coração a vontade de Deus a respeito da nação estrangeira e inimiga, empreende um processo de fuga que o levará à anulação completa de si mesmo. Em síntese, romper a relação com Deus e com o outro é destruir a própria identidade missionária. Embora tido como profeta, Jonas caminha na contramão do projeto de Deus.

2. Uma pausa para a oração
Chegando ao limite de suas forças, impossibilitado de continuar a fuga, Jonas finalmente rende-se ao encontro com Deus. Podemos dizer que sua oração no ventre do peixe é uma verdadeira encruzilhada entre a fuga e o resgate (Jn 2,1-11). Neste sentido, o fundo do poço é o começo de uma nova subida. Não há mais para onde descer, não há mais para onde fugir. Jonas vence todas as reservas, volta atrás e aceita o reencontro com Deus. Estende a mão a Javé que jamais havia negado a sua.
Os termos de sua prece são extremamente pungentes. Palavras como “angústia, abismo, fossa” denotam a que ponto de desespero ele havia chegado. Jogado nas “profundezas, no coração do mar”, constata diante de Javé: “a torrente me envolveu, fui expulso para longe dos teus olhos. Passaram sobre mim as tuas ondas e vagas”. E reconhece: “eu estava cercado de água até o pescoço, o abismo me rodeava”. O clamor se transforma em grito e este em apelo: “quando minhas forças se acabavam, eu me lembrei de Javé, e minha oração pôde chegar a ti, no teu santo Templo”.
Começa então o processo de volta. Jonas, a bem dizer, percorre uma trajetória inversa à anterior. A fuga se detém e inicia-se o caminho do resgate. Da mesma forma que durante a primeira se falava de uma recusa em várias dimensões, também o segundo se compõe de um reencontro simultâneo consigo mesmo, com Deus e com a missão a que havia sido enviado. Ou seja, na medida em que Jonas, pela oração, se coloca nas mãos de Deus e Nele põe sua esperança, reconhece também os desvios de sua conduta, ao mesmo tempo que aceita o desafio da tarefa que lhe foi confiada, abrindo-se ainda à possibilidade de intercâmbio com o estranho. Voltar-se para Deus significa, ao mesmo tempo, descobrir suas potencialidades latentes e ocultas, bem como recriar novas relações com o outro. Em uma palavra, significa dar-se conta da própria identidade de missionário.
Nesta perspectiva, a oração representou para Jonas um ponto de chegada e um ponto de partida. A partir de uma situação limite e desesperadora, reflete e medita, na intimidade com Deus. Os passos dados até o momento são reinterpretados à luz da fé. Nasce uma nova atitude frente ao futuro. A oração não modificou os fatos e os problemas de sua existência, modificou isso sim sua atitude diante deles. Uma nova força se apodera do profeta. Ele agora poderá levantar-se e retomar o caminho. Um ardor renovado o anima: “mas eu, entre cânticos de louvor, é a ti que presto o meu culto e com a ação de graças cumpro os meus votos”. Após essa parada, está preparado para os novos passos que o esperam.
Aliás, quem nunca se dispõe a parar, dificilmente poderá dar novos passos. Ficará condenado a repetir-se ou a repetir os outros. Para caminhar criativamente é preciso saber parar. O mesmo se pode dizer do silêncio. Quem não é capaz de calar, jamais poderá dizer algo de forma criativa. Também neste caso, estará condenado a repetir-se ou a repetir os outros, como um verdadeiro papagaio. Só o silêncio pode gerar palavras novas. O silêncio é o útero da palavra.

3 Anúncio e conversão de Nínive
Por ironia do destino, o peixe vomita Jonas em terra firme, provavelmente no mesmo lugar de onde havia partido. E novamente a palavra de Javé é dirigida a ele, ordenando que vá pregar na grande cidade de Nínive, a qual “tinha o cumprimento de uma caminhada de três dias”. Ele põe-se a percorrer a cidade com um anúncio em que predomina o terror e a ameaça: “dentro de quarenta dias, Nínive será destruída”.
Tem-se a impressão de que a pregação de Jonas está permeada muito mais por sentimentos de uma mentalidade justiceira e vingativa, do que pelo esforço e provocar uma mudança sincera de comportamento. Persiste nele um claro estranhamento diante de uma nação estrangeira, pagã e pecadora. É como se não se sentisse totalmente à vontade, tendo prazer em decretar o fim trágico da cidade. Parece limitar-se a cumprir a vontade de Deus, mas sem grande entusiasmo de sua parte. Ele mesmo não acredita na possibilidade de conversão, ou melhor, não quer acreditar. Para ele, o pecado de Nínive supera a misericórdia de Javé. Continua fechado à graça de Deus, sem dar-se conta que ela se estende igualmente a todas as pessoas sem distinção.
Mas, para sua surpresa e desgosto, “os moradores de Nínive começaram a acreditar em Deus”. O próprio rei “se vestiu de pano de saco e sentou-se em cima de cinzas”, sinal evidente de penitência e conversão. E toda a cidade foi poupada. Jonas não pode admitir que os habitantes dessa imensa “babilônia do pecado” tenham transformado sua conduta, e menos ainda que Deus tenha se compadecido deles. Também no episódio do “filho pródigo” – ou do pai misericordioso – o irmão mais velho é incapaz de aceitar que o mais novo seja recebido em casa com festa, após uma vida de esbanjamento e dissipação desenfreada (Lc 15,11-32). Em ambos os casos, mesquinhez e preconceito se misturam no despeito para com a atitude do pai. O coração deste é muito mais amplo do que pode imaginar aquele que é incapaz de arriscar um passo livre.
Jonas se sente mais à vontade quando as fronteiras entre os “puros” e os “pecadores” estão bem delimitadas. Os de fora e os de dentro não podem se misturar, é preciso manter a distinção entre o povo de Israel – povo eleito – e os estrangeiros. Tanto nele como no filho mais velho da parábola, transparece uma atitude maniqueísta entre os bons e os maus, uma clara dicotomia entre os escolhidos e os pagãos. Não aceita que Deus dissolva as barreiras e estenda a salvação a todos os povos indistintamente. Sente-se mal porque Deus é bom e misericordioso para com todos. É como se preferisse um Deus privativo, exclusivo e excludente. Mas o amor de Deus é universal, rejeita tais divisões e limites estreitos.
No contexto de pluralismo religioso e cultural em que hoje vivemos, a atitude de Jonas seria desastrosa. De acordo com a recente Intrução Era Migrantes Caritas Christi, do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, “essa fluidez cultural torna ainda mais indispensável a ‘inculturação’”. Neste processo, como sublinha o documento, “não basta a tolerância, é necessário simpatia e respeito, naquilo que é possível, da identidade cultural dos interlocutores”. Daí sua insistência em palavras como “escuta, diálogo, compreensão”, as quais devem conduzir a uma “avaliação mais adequada dos valores e contravalores presentes em cada cultura”. O grande desafio é efetuar a passagem do multiculturalismo para o interculturalismo. Ou seja, mais do que uma convivência pacífica entre os diversos povos e respectivas expressões culturais, exige-se um intercâmbio recíproco que a todos possa enriquecer.

4. A lição final de Javé
A lição é simples: o cuidado e a sensibilidade de Javé, revelada desde a experiência do êxodo, não se restringe apenas aos da casa de Israel. O mesmo Deus que vê aflição, ouve o clamor, conhece o sofrimento e desce para libertar o povo da escravidão do Egito, permanece atento e solidário ao “órfão, a viúva e o estrangeiro”. Mesmo diante dos estrangeiros, trata-se de um Deus “compassivo e clemente, lento para a ira e cheio de amor”. Lição tão simples e direta que Jonas, mais uma vez, mostra todo seu egoísmo ficando irritado e aturdido. “Se é assim, Javé, tira a minha vida, pois eu acho melhor morrer do que ficar vivo”.
Jonas trabalhou duramente, percorreu toda a cidade pregando, gastou saliva e energias, agora quer resultados. Para ele, o melhor resultado e o único possível é o espetáculo da destruição de Nínive, a vingança de Javé abatendo-se com mão de ferro sobre os pecadores. Por isso, afastou-se e se colocou “no lado do nascer do sol”. Nesse ponto estratégico, “fez uma cabana e sentou-se na sombra, esperando para ver o que aconteceria com a cidade”. Mesmo depois de todo o processo de fuga e da parada para meditação, Jonas ainda ignora a profundidade e o alcance da misericórdia de Javé. Apesar de sua experiência pessoal, não superou a concepção de um deus mesquinho, localizado, caseiro, restrito ao território de Israel. Vemos aqui, ainda desta vez, os ingredientes de um fundamentalismo religioso e cultural cujas conseqüências nocivas a história não se cansa de revelar.
A imagem da mamoneira, que nasce, cresce e oferece sombra a um Jonas cansado, para secar logo em seguida, é utilizada para reforçar a última lição. Se o profeta lamenta a perda de uma simples planta, como não irá Deus lamentar e ter compaixão diante do povo arrependido! Aliás, é essa marca registrada da Boa Nova de Jesus Cristo, o qual, ao percorrer “todas as aldeias e cidades” e encontrar-se com “as multidões cansadas e abatidas, como ovelhas sem pastor”, sente compaixão (Mt 9,35-38). Sentimento tanto mais profundo quando se trata de um estrangeiro, como nos casos da samaritana e da sírio-fenícia.

Conclusão
Três lições transparecem nas linhas e entrelinhas do Livro de Jonas. Em primeiro lugar, a linha de reflexão de suas páginas insurge-se contra a mentalidade justiceira e nacionalista do “povo escolhido”. O amor de Deus rompe todas as fronteiras e abre-se a todas as nações, inclusive os inimigos de Israel. A universalidade desse amor contrasta vivamente com a visão preconceituosa do profeta.
Além disso, o espírito da “novela” combate o pecado mas procura preservar o pecador. Enquanto o profeta anuncia e espera o espetáculo do castigo, Deus estende aos pecadores o perdão. Jonas prevê fogo destruidor sobre a cidade, mas o arrependimento dos cidadãos conduz à conversão e à paz. Nota-se aqui um vislumbre da máxima de Jesus, segundo a qual a misericórdia precede o sacrifício e o julgamento.
Enfim, a exemplo de outros profetas, como Amós, o Livro de Jonas reflete a vida camponesa. Na mentalidade campestre, a cidade é vista como o lugar do mal e da corrupção. A grande Nínive, aliás, reúne uma maldição tríplice: pecadora, pagã e capital do império inimigo. Sua grandeza é mais simbólica que real: representa a enormidade de seu pecado. Entre outras coisas, como se vê, o livro traduz o conflito campo-cidade.
Para os dias de hoje, em que prevalece o contexto do pluralismo cultural e religioso, as três lições ganham grande relevância. A xenofobia diante do “outro”, a vingança como resposta a todo mal e os desafios do universo urbano estão às nossas portas e janelas. Em conclusão, uma leitura contextualizada do Livro de Jonas projeta algumas luzes sobre as perguntas atuais, especialmente no confronto quase diário com “os mil rostos do outro”.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Maratona Bíblica - Mês da Bíblia

No mês da Bíblia, setembro, esta Maratona pode ser realizada nos grupos de Catequese, reflexão bíblica, em família, nos diversos grupos, após a leitura do livro do profeta Jonas. A própria comunidade poderá reproduzir o texto, criar dinâmicas de participação e de premiação. No final do mês, publicaremos o gabarito.
 Jonas – conversão e missão
1. Quem é Jonas?
[ a ] Um profeta maior
[ b ] Um salmista
[ c ] Escritor do Novo Testamento
[ d ] Um profeta menor

2. Qual foi a Palavra que o Senhor dirigiu a Jonas em Jn 1,2?
[ a ] “Venha a um lugar deserto para descansar”.
[ b ] “Levanta-te e vai a Nínive”
[ c ] “Rema mar a dentro e joga as redes para pescar”
[ d ] “Um profeta é desprezado somente na sua terra”

3. Qual era a cidade a que Jonas devia ir para falar em nome de Deus?
[ a ] Jerusalém
[ b ] Belém
[ c ] Nínive
[ d ] Sodoma

4. A mensagem de Deus para ser comunicada à cidade era:
[ a ] “Proclama que a sua maldade chegou até mim”
[ b ] “Eu vos darei a terra de Israel”
[ c ] “Não temas, servo meu”
[ d ] “Eu te tomei pela mão, te formei”

5. Associe o texto preenchendo com a letra o número correspondente.
[ a ] Dias para atravessar Nínive [ ] 120 mil
[ b ] Dentro destes dias Nínive será destruída [ ] 4
[ c ] Número dos ninivitas [ ] 40
[ d ] Número de capítulos do livro de Jonas [ ] 3

6. Ao ouvir o chamado de Deus, Jonas:
[ a ] Partiu para anunciar a conversão a Nínive
[ b ] Fugiu para Tarsis para escapar da presença de Deus
[ c ] Obedeceu ao Senhor
[ d ] Continuou onde estava

7. O que os marinheiros fizeram para acalmar o mar?
[ a ] Mudaram de direção
[ b ] Jogaram Jonas no mar
[ c ] Pediram ajuda a outros barcos
[ d ] Ordenaram às ondas que diminuissem

8. O que aconteceu a Jonas quando foi lançado ao mar?
[ a ] Salvou-se numa boia
[ b ] Nadou até chegar à praia
[ c ] Foi engolido por um grande peixe
[ d ] Foi salvo por outro navio

9. Como os ninivitas responderam ao anúncio de Jonas: “dentro de 40 dias Nínive será destruída”?
[ a ] Creram em Deus, fizeram jejum, se vestiram de pano de saco, fizeram penitência
[ b ] Não ligaram
[ c ] Os ninivitas se irritaram
[ d ] Pediram mais tempo para se converterem

10. Complete a mensagem de Deus a Jonas (Jo 4,10-11):
“Tu tens .................... de uma mamoneira que não te custou cultivá-la, que brota numa ............... e na outra morre, e eu não vou ter .................. de ............, a grande cidade em que habitam mais de ............................ homens?”

11. Marcar no caça-palavras, as palavras de Jonas em Jn 4,2, onde ele reconhece que o Senhor é : “um Deus compassivo, clemente, lento para a ira e cheio de amor”

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Mês da Bíblia - destaque para a evangelização e a missão na cidade

Dom Eugênio Rixen fala do mês da Bíblia 2010
Desde o Vaticano II, a Bíblia ocupou um espaço privilegiado na família, nos grupos de reflexão, círculos bíblicos, na catequese e nas pequenas comunidades. A Igreja no Brasil desenvolveu toda uma prática de leitura e reflexão da Bíblia que muito contribui para o sustento da fé e da caminhada das pessoas. É uma forma muito rica de viver a missão da Igreja que é a de servir a Palavra.

O Mês da Bíblia surgiu há 39 anos por ocasião do 50º aniversário da Arquidiocese de Belo Horizonte. Desde então tem destacado a importância da leitura, do estudo e da contemplação das Sagradas Escrituras. Na verdade, o Mês da Bíblia contribuiu muito para o desenvolvimento da Pastoral Bíblica no âmbito paroquial e diocesano. Hoje, se percebe a necessidade da Animação Bíblica das Pastorais em vez da existência de apenas uma pastoral entre as demais dedicada às Sagradas Escrituras. A Animação Bíblica vem a ser a forma mais adequada de acentuar a centralidade da Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja.

A Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética, juntamente com as Instituições Bíblicas, no desejo de dar continuidade à XII Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (2008), que destacou especialmente o mandato missionário de todo cristão como consequência do batismo, propõe para o ano de 2010, no mês da Bíblia, o estudo e a meditação do Livro de Jonas com destaque para a evangelização e a missão na cidade.

O Sínodo pediu que a consciência desse mandato missionário e discipular fosse aprofundada em cada paróquia e comunidade, nas pastorais, nos movimentos e nas organizações católicas. Também foi desejo dos Padres Sinodais que se propusessem novas iniciativas para se fazer chegar a “Palavra de Deus a todos, especialmente, aos irmãos batizados, mas não suficientemente evangelizados” (Proposição 38).

Além disso, a V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, em Aparecida - SP (2007), também destacou o valor do mandato missionário, enfatizando os novos areópagos da missão (DAp 491-500). Areópago, literalmente, significa colina de Ares, localizada na antiga cidade grega de Atenas. Nesse lugar, a céu aberto, a cidadania era exercida em assembleias que tratavam de importantes assuntos no âmbito da política e da religião. Foi ali, conforme At 17, 16-33, que São Paulo apresentou o Evangelho, pela primeira vez, a um ambiente de cultura grega. Atualmente, o areópago, em sentido simbólico, significa os novos contextos de missão. Os encontros sobre o livro de Jonas ajudarão a Igreja a vivenciar o mandato missionário no enfrentamento de novos desafios.

Na linha do ecumenismo da Campanha da Fraternidade deste ano, o livro de Jonas reforça a idéia da universalidade do amor de Deus, que reconhece o valor de todos; no horizonte aberto pelo Ano Paulino, esse texto da Escritura nos faz refletir sobre a evangelização do mundo urbano. Assim, Jonas será uma grande contribuição para que o entusiasmo não esfrie e a Igreja possa continuar ampliando sua reflexão sobre a amplitude de sua missão. De fato, a escolha deste livro bíblico para o mês de setembro tem por objetivo tirar os católicos do comodismo e do julgamento preconceituoso e os encaminhar para a evangelização da cidade.

Existem muitas formas de se aproximar da Sagrada Escritura, porém, existe uma privilegiada à qual todos somos convidados: o exercício da Leitura Orante (Lectio Divina) da Sagrada Escritura que, se bem praticada, nos conduz ao encontro com Jesus (Cf. DAp 249).

Por isso, escolhemos esta forma de contato com a Palavra de Deus para este mês da Bíblia. Agradeço à Aíla Luzia Pinheiro de Andrade, da Comunidade Nova Jerusalém, pela elaboração deste subsídio.

Que o estudo e a meditação do livro de Jonas nos ajudem a vencer a tentação de fugir dos desafios da missão e nos tornem capazes de acolher a todas as pessoas sem acepção.

Dom Eugênio Rixen Bispo de Goiás - GO
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral
para a Animação Bíblico-Catequética

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Setembro - Mês da Bíblia

Tema: Levanta-te e vai à grande cidade (Jn 1,2)
Há 39 anos a Igreja do Brasil celebra no mês de setembro o Mês da Bíblia. A celebração teve sua origem na arquidiocese de Belo Horizonte, em 1971, e foi se espalhando para todo o Brasil.
O objetivo do mês da Biblia, segundo a assessora da Comissão Bíblico-Catequético da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), é infundir no povo a convicção de que a Palavra de Deus é, por excelência, o livro que deve ser inserido na vida de cada pessoa. Fazer com que as famílias sintam necessidade de ter uma Bíblia em casa e incentivar a reunião das comunidades para o estudo e a vivência da Palavra de Deus.
Para este ano o livro proposto é a Carta de São Paulo ao Filipenses, cujo tema é “Alegria de servir no amor e na gratuidade” e o lema: “Tende em vós os mesmos sentimentos de Cristo Jesus” (Fl 2,5).
Histórico do Mês da Bíblia
1971: A celebração do Mês da Bíblia, na Arquidiocese de Belo Horizonte por sugestão e coordenação das Irmãs Paulinas, Pe. Antonio Gonçalves e outros.
1976: As Irmãs Paulinas visitaram 30 dioceses de Minas Gerais e Espírito Santo propondo o Mês da Bíblia como opção de evangelização, em continuidade à Campanha da Fraternidade.
1978: O Mês da Bíblia se estendeu, oficialmente, ao Regional Leste 2 da CNBB, Minas Gerais e Espírito Santo, e a muitas outras dioceses do Brasil.
1985: O Mês da Bíblia passou a ser animado pelo Serviço de Animação Bíblica - SAB e se estendeu a todo o Brasil. Com a participação na Federação Bíblica Católica, o Mês da Bíblia, se estendeu a outros países da América Latina.
1997: Com o projeto Rumo ao Novo Milênio (RNM), o tema do mês da Bíblia estendeu-se ao ano todo.
01 - 2003: Prosseguiu com o Projeto Ser Igreja no Novo Milênio.
2004 - 2007: Prosseguiu com o Projeto Queremos ver Jesus.

4. Temas do Mês da Bíblia de 1971 a 2009
01) 1971 Bíblia, Jesus Cristo está aqui
02) 1972 Deus acredita em você
03) 1973 Deus continua acreditando em você
04) 1974 Bíblia, muito mais nova do que você pensa
05) 1975 Bíblia, palavra nossa de cada dia
06) 1976 Bíblia. Deus caminhando com a gente
07) 1977 Com a Bíblia em nosso lar, nossa vida vai mudar
08) 1978 Como encontrar justiça e paz? O livro de Amós
09) 1979 Bíblia, o livro da criação - Gn 1-11
10) 1980 Buscamos uma nova terra - História de José do Egito
11) 1981 Que todos tenham vida! - Carta aberta de Tiago
12) 1982 Que sabedoria é esta? - As Parábolas
13) 1983 Esperança de um povo que luta - O apocalipse de São João
14) 1984 O caminho pela Palavra - Os atos dos Apóstolos
15) 1985 Rute, uma história da Bíblia - Pão, família e terra, o Livro de Rute
16) 1986 Bíblia, livro da Aliança - Êxodo 19-24
17) 1987 Homem de Deus, homem do povo - profeta Elias
18) 1988 Salmos, a oração do povo que luta - O livro dos Salmos
19) 1989 Jesus: palavra e pão - Evangelho de João, cap 6
20) 1990 Mulheres celebrando a libertação
21) 1991 Paulo, trabalhador e evangelizador - Vida e viagens de Paulo 22) 1992 Jeremias, profeta desde jovem - Livro de Jeremias
23) 1993 A força do povo peregrino sem lar, sem terra - 1ª Carta de Pedro
24) 1994 Cântico: uma poesia de amor
25) 1995 Com Jesus na contramão - o Evangelho de Marcos
26) 1996 Jó, o povo sofredor - Livro de Jó
27) 1997 Curso Bíblico Popular - Evangelho de Marcos
28) 1998 Curso Bíblico Popular - Evangelho de Lucas
29) 1999 Curso Bíblico Popular - Evangelho de Mateus
30) 2000 Curso Bíblico Evangelho segundo João: luz para as Comunidades
31) 2001 Curso Bíblico Atos dos Apóstolos, capítulos de 1 a 15
32) 2002 Curso Bíblico Atos dos Apóstolos, capítulos 16 a 28
33) 2003 Curso Bíblico Popular - Cartas de Pedro
34) 2004 Curso Bíblico Popular - Oséias e Mateus
35) 2005 Curso Bíblico Popular - Uma releitura do II e III Isaías, a partir de Jesus
36) 2006 Come teu pão com alegria - Eclesiastes
37) 2007 Deus viu tudo o que tinha feito: e era muito bom - Gênesis
38) 2008 A Caridade sustenta a Comunidade - Primeira Carta aos Coríntios
39) 2009 A alegria de servir no amor e na gratuidade - Carta aos Filipenses
40) 2010 Levanta-te e vai à grande cidade (Jn 1,2)

Confira o tema deste ano de 2010

“Levanta-te e vai à grande cidade: introdução ao estudo do profeta Jonas” é o título do subsídio preparado pelo grupo Shemá, do Serviço de Animação Bíblica, para o mês da Bíblia de 2010. Ele apresenta um estudo e círculos bíblicos, sobre o livro do Profeta Jonas. Este profeta foi escolhido tendo presente, a necessidade de anunciar a Palavra nas grandes cidades e perceber o lado positivo da realidade urbana.
O Livro de Jonas está inserido entre os livros proféticos, porque fala de um profeta que deve proferir um oráculo de Deus. Mas é muito diferente dos demais livros propriamente proféticos, não pelo seu conteúdo, mas pela sua forma narrativa que o aproxima mais de um conto ou lenda popular, por causa de seus elementos fabulosos e míticos e, mais ainda pelo seu conteúdo sapiencial.
Podemos dizer que seu autor misturou bem os elementos do profetismo bíblico, da imaginação popular e da literatura sapiencial. O resultado dessa mistura é um escrito bem leve, que trata de coisas sérias com um toque de humor e poesia, e trata sobre a recusa de um profeta a fazer o anúncio da mensagem de Deus, na cidade de Nínive (capital da Assíria).

Quem é o autor principal em cena?
Jonas é apresentado como se fosse o profeta que fez um oráculo de restauração de Israel, no tempo de Jeroboão II (783‑ 743 a.E.C.): “Jonas, filho de Amitai, que era de Gat‑Hofer” (Jn 1,1; 2Rs 14,25). Mas isso é uma ficção. O autor do livro está apenas servindo‑se de um profeta desconhecido, do passado, para protagonizar sua narrativa, que não condiz com a época de Jeroboão II. O Jonas deste livro não é um herói, não faz nenhuma façanha, não é um santo; ao contrário, ele desobedece a Deus, contesta suas ações e, nem de longe, é o principal ator na cena. Deus é realmente o personagem central da história: Ele envia Jonas a Nínive (1,1); segue Jonas a caminho de Tarsis, provoca a tempestade (1,4), solicita um peixe para salvá-lo (2,1), reenvia Jonas a Nínive (3,1), salva Nínive penitente (3,10) e questiona Jonas (4,1ss.).

O que o autor pretende com esse escrito?
Infelizmente, quando falamos de Jonas, a primeira imagem que nos vem à mente é o profeta no ventre de uma “baleia” (na verdade, fala‑se não de “baleia” mas sim de um “grande peixe”: 2,1‑11). Esse elemento — o mais fabuloso da narrativa — foi enfocado também por Jesus, comparando‑o à sua morte e ressurreição após três dias (cf. 8,31). Mas esse episódio não ocupa mais do que dois versículos do texto. Não é o centro da narrativa. O peixe é somente um instrumento na mão divina. Mas, Deus é o centro. Ele não é apenas o Deus de Israel, que o escolheu e o amou; Ele é o Deus de todos os povos, aos quais ama e por quem tem misericórdia. Por que, então, Jonas tentava fugir de Deus, até o ponto de pedir para ser atirado ao mar?

Por que Jonas tenta fugir de Deus?
Porque o anúncio é dirigido a um povo estrangeiro, habitante de Nínive, e não ao povo de Israel. Ora, essa cidade foi, por séculos, a capital do Império Assírio, que chegou a dominar e dissolver totalmente o antigo Reino de Israel, ao norte. Trata‑se, portanto, de uma mensagem dirigida a um dos grandes inimigos de Israel! É fácil pensar que Jonas ficaria muito feliz em anunciar a essa gente, que sua cidade seria destruída dentro de quarenta dias. Mas Jonas se nega a anunciar esse acontecimento! Por quê?
A resposta está em Jn 4,1‑3. Jonas sabe que Deus terá misericórdia e compaixão, por isso se recusa a anunciar a mensagem. Jonas não consegue escapar de Deus, pois a revelação da misericórdia que Deus está para anunciar ao povo de Nínive, por meio do profeta, é irrenunciável. Deus insiste com Jonas e não abre mão de sua colaboração, como profeta.
Esta narrativa ilustra a concepção universal da teologia sapiencial. Ela esclarece que a misericórdia de Deus é dirigida a todos os povos. É um livro que critica qualquer intolerância e arrogância de alguns grupos em Israel, e que pode continuar até hoje na nossa realidade, em nossa comunidade, em nossos comportamentos. Mas, como entender o conteúdo do Livro?
O Livro de Jonas tem profundas raízes bíblicas, tanto nos profetas quanto na literatura sapiencial. Não devemos nos fixar nos elementos fabulosos da narrativa. O mar e as atividades humanas ligadas a ele, como a pesca e as viagens, desde a antiguidade até hoje, são frequentemente associados a certas superstições.
A época da composição do Livro é o século IV a.E.C. Nessa época, Nínive já não mais existia, pois fora destruída em 612 a.E.C. O Livro faz referência a ela como uma realidade distante, no passado (Jn 3,3). Trata‑se, pois, de uma ficção literária. É um escrito pós‑exílico e representa uma corrente mais aberta, tolerante e universalista do judaísmo que se formou nesse período. Pode ser uma reação à política nacionalista de Esdras e Neemias, que tratavam os estrangeiros como pessoas tão indignas de confiança, que os israelitas casados com mulheres estrangeiras, deviam divorciar‑se e os estrangeiros deviam ser expulsos do Templo (cf. Esd 9 e Ne 13).

O Livro pode ser dividido em duas partes: o primeiro chamado de Deus a Jonas (1,1–2,11) e o segundo chamado de Deus a Jonas (3,1–4,11).
Cada uma dessas partes tem três subdivisões paralelas:
Primeira parte                                                  Segunda parte
1,1-3 Deus envia Jonas em missão aos pagãos      3,1-4
1,4-16 Deus e os pagãos                                      3,5-10
2,1-11 Deus e Jonas                                            4,1-11
Nosso estudo, neste fascículo, abordará os seguintes temas:
1) O chamado e a fuga de Jonas: O profeta resistente;
2) Três dias de retiro com Jonas: Na fuga, Jonas encontra a salvação;
3) Levanta‑te e vai à grande cidade: “Vai e anuncia a mensagem que eu te disser”;
4) Deus rico em misericórdia: A salvação é para todos.
Uma celebração final nos convida a entrarmos também em clima de missão nas grandes cidades, aliás, em nosso imenso continente americano e no Caribe, como nos pediram os bispos reunidos na assembleia do CELAM, em Aparecida, em maio de 2007: a grande “missão continental”. Jonas nos ajuda, então, a retomar e rever a nossa missão, seus objetivos, seus métodos, seus conteúdos e os próprios conceitos que temos de Deus.
Fonte: SAB - SERVIÇO DE ANIMAÇÃO BÍBLICA
 http://www.paulinas.org.br/sab/mes-biblia.aspx

domingo, 29 de agosto de 2010

Dia do Catequista: 29 de agosto

No quarto domingo de agosto, 22, celebra-se o dia do/a catequista que assume e vive sua vocação na Igreja e no mundo.

Quem é o/a catequista?
Ë a pessoa integrada na comunidade, que se dedica ao serviço do anúncio da Palavra, tornando-se porta-voz da experiência cristã de toda a comunidade. Sua vocação nasce do Sacramento do Batismo, é fortalecida pela confirmação, alimentada pela Palavra de Deus e Eucaristia.

Para isto é fundamental que o catequista viva a espiritualidade de seguir Jesus, o que significa ouvir seu chamado, viver apaixonado por Ele, segui-lo com profunda convicção. O catequista, a partir da sua experiência de fé, anuncia Jesus Cristo.

O que diz o Documento de Aparecida?
Ao receber a fé e o batismo, os cristãos acolhem a ação do Espírito Santo que leva a confessar a Jesus como Filho de Deus e a chamar Deus “Abba”. Todos os batizados e batizadas da América Latina e do Caribe, “através do sacerdócio comum do Povo de Deus”, somos chamados a viver e a transmitir a comunhão com a Trindade, pois “a evangelização é um chamado à participação da comunhão trinitária”.
(DAp 157).

Importância da catequese na Igreja
A catequese foi sempre considerada pela Igreja como uma das suas tarefas primordiais, porque Cristo ressuscitado, antes de voltar para o Pai, deu aos Apóstolos uma última ordem: fazer discípulos de todas as nações e ensinar-lhes a observar tudo aquilo que lhes tinha mandado (1). Deste modo lhes confiava Cristo a missão e o poder de anunciar aos homens aquilo que eles próprios tinham ouvido do Verbo da Vida, visto com os seus olhos, contemplado e tocado com as suas mãos (2). Ao mesmo tempo, confiava-lhes ainda a missão e o poder de explicar com autoridade aquilo que Ele lhes tinha ensinado, as suas palavras e os seus actos, os seus sinais e os seus mandamentos. E dava-lhes o Espírito Santo, para realizar tal missão. (Catechesi Tradendae, 1).
Papel do catequista
Nenhuma metodologia, por quanto possa ser experimentada, dispensa a pessoa do catequista em cada uma das fases do processo de catequese.
O carisma que lhe é dado pelo Espírito, uma sólida espiritualidade e um transparente testemunho de vida constituem a alma de todo método, e somente as próprias qualidades humanas e cristãs garantem o bom uso dos textos e de outros instrumentos de trabalho.
O catequista é, intrinsecamente, um mediador que facilita a comunicação entre as pessoas e o mistério de Deus, e dos sujeitos entre si e com a comunidade. Por isso, deve empenhar-se a fim de que a sua visão cultural, condição social e estilo de vida não representem um obstáculo ao caminho da fé, criando sobretudo as condições mais apropriadas para que a mensagem cristã seja buscada, acolhida e aprofundada.
O catequista não esquece que a adesão crente das pessoas é fruto da graça e da liberdade e, portanto, faz com que sua atividade seja sempre amparada pela fé no Espírito Santo e pela oração.
Enfim, de substancial importância é a relação pessoal do catequista com o destinatário da catequese. Tal relação se nutre de paixão educativa, de engenhosa criatividade, de adaptação e, ao mesmo tempo, de máximo respeito pela liberdade e amadurecimento da pessoa.
Em razão do seu sábio acompanhamento, o catequista realiza um dos mais preciosos serviços da ação catequética: ajuda os destinatários da catequese a distinguirem a vocação para a qual Deus os chama. (Congregação para o Clero, Diretório Geral para Catequese, 156)

Oração pelos catequistas
A Igreja, que tem a responsabilidade de catequizar aqueles que crêem, invoca o Espírito do Pai e do Filho, suplicando-Lhe que faça frutificar e fortalecer interiormente todos aqueles trabalhos que, em todas as partes, se realizam em favor do crescimento da fé e da seqüela de Jesus Cristo Salvador. (Congregação para o Clero, Diretório Geral para Catequese, 290).


Oração do Catequista
PAI NOSSO
Primeiro catequista da humanidade e nosso Mestre
Pai de todos nós, seus discípulos e missionários
Presente na vida e na missão de todos os catequistas
Presente nos catequizandos que acompanhamos

SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME:
Na Palavra que anuncio
Na atenção que dedico aos catequizandos
Pelo/a catequista que sou.

VENHA A NÓS O VOSSO REINO:
Reino de paz e justiça
Reino de fé e testemunho
Reino de amor
Reino de serviço e doação

SEJA FEITA A VOSSA VONTADE ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU:
Em minha vida e na vida de nossa comunidade
Em tudo  que comunico e testemunho
No testemunho que recebo
No coração de todos a quem sou chamado/o a evangelizar.

sábado, 28 de agosto de 2010

Mensagem aos Catequistas pelo seu Dia


Queridos/as Catequistas

Catequista, você é especial para Deus!

Sua VOCAÇÃO foi gestada no coração do Pai, para que pudesse chegar aos corações dos seus filhos e filhas com a mensagem da VIDA: Jesus Cristo.

O último domingo de agosto é o DIA DO CATEQUISTA. É com admiração, reconhecimento e gratidão que a Igreja celebra essa festividade. Celebrar o DIA DO CATEQUISTA é sempre uma GRAÇA, motivo de alegria e de reflexão mais profunda sobre o SER DO CATEQUISTA, sua vocação e missão na Igreja e sociedade. Sentimos ainda os “ECOS” e a chama da esperança que ardeu em nosso coração com a realização da Terceira Semana Brasileira de Catequese.

Sentimo-nos movidos pela força do Espírito, que nos chama e envia, pelas intuições e propostas do tema da Terceira Semana Brasileira de Catequese: “Iniciação à Vida Cristã”. Nesse espírito, celebrar o dia do Catequista tem um significado especial, pois são vocês, catequistas, os protagonistas, aqueles que fazem com que o processo de um NOVO JEITO DE FAZER CATEQUESE seja possível. Portanto, confiamos em cada um de vocês, com seus dons partilhados, junto com as forças vivas de toda a Igreja, as comunidades, as pastorais, os movimentos, para que a iniciação à vida cristã seja possível.

Ao celebrar o DIA DO CATEQUISTA queremos refletir sobre a vocação do catequista, que é a vocação do Profeta - aquele/la que fala em nome de Deus e da comunidade a que pertence. A iniciativa sempre parte de Deus. O chamado a ser catequista não é algo pessoal, mas obra divina, graça. A missão do catequista está na raiz da palavra CATEQUESE, que vem do grego Katechein e quer dizer (fazer eco). Logo, catequista é aquele/la que se coloca a serviço da Palavra, que se faz instrumento para que a Palavra ecoe. O Senhor chama você para que, através da sua vida, da sua pessoa, da sua comunicação, a Palavra seja proclamada, Jesus Cristo seja anunciado e testemunhado.

Catequista, você não é só transmissor de idéias, conhecimentos, doutrina, pois sua experiência fundante está no ENCONTRO PESSOAL com a pessoa de Jesus Cristo. Essa experiência é comunicada pelo SER, SABER e SABER FAZER em comunidade (DNC 261).O ser e o saber do catequista sustentam-se numa espiritualidade da gratuidade, da confiança, da entrega, da certeza de que o SENHOR está presente, é fiel.

Catequista, você é especial para Deus! Sua VOCAÇÃO foi gestada no coração do Pai, para que pudesse chegar aos corações dos seus filhos e filhas com a mensagem da VIDA: Jesus Cristo. Sabemos das dificuldades que enfrenta para realizar a sua missão, mesmo assim teimosa e dedicadamente prossegue neste peregrinar de partilha, de despojamento e aprendizagens.

Isso demonstra que você cultiva uma profunda espiritualidade alicerçada na Palavra, nos sacramentos, na vida em comunidade. É a experiência do discípulo missionário que vai se configurando na sua trajetória de avanços, desafios e alegrias. É a pedagogia divina, que se concretiza na sua vida permeada de fragilidades e grandeza, medos e coragem, HUMANA e HUMANIZADORA.

É com a certeza da ação amorosa do Deus da Vida que você assume a missão de profeta que ouve o chamado de Deus: “Levanta-te e Vai à Grande Cidade (Jn 1,2). Seu anúncio é traduzido em atitudes proféticas que testemunham os valores evangélicos, é o SER DO CATEQUISTA partilhado na sua inteireza, no serviço generoso, para que o REINO aconteça.
Catequista, que a experiência do encontro com Jesus Cristo seja a força motivadora capaz de lhe trazer o encantamento por esse fascinante caminho de discipulado, cheio de desafios que o fazem crescer e acabam gerando profundas alegrias.

Catequista, nesse dia acolha o abraço de gratidão de milhares de pessoas, vidas agradecidas, pela sua presença na educação da fé de crianças, adolescentes, jovens e adultos. Em sua ação se traduz de uma forma única e original a vocação da Igreja-Mãe que cuida maternalmente dos filhos que gerou na fé pela ação do Espírito.

Querido/a Catequista, PARABÉNS! Que a Força da Palavra, continue a suscitar-lhe a fé e o compromisso missionário !

Que os sacramentos sejam a fonte inesgotável da misericórdia, da reconciliação, da justiça e do REENCANTAMENTO.
Que a comunidade continue sendo o referencial da experiência do Enconto com Cristo naqueles que sofrem, naqueles que buscam acolhida e necessitam ser “CUIDADOS”.
A benção amorosa do PAI, que cuida com carinho dos seus filhos e filhas, que um dia nos chamou a viver com alegria a vocação do discípulo missionário, esteja na sua vida, na vida da sua comunidade hoje e sempre.

Fraternalmente,

Dom Eugênio Rixen
Presidente da Comissão Para Animação Bíblico-Catequética
Brasília-DF, 24 de junho de 2010.