Parábola da semente

"Saiu o semeador a semear..." (Mc 4,3)



terça-feira, 23 de março de 2010

A Catequese no Documento de Aparecida - a pessoa do catequista

A V Conferência de Aparecida aconteceu de 13 a 31 de maio de 2007, em Aparecida, São Paulo.
Os números da V Conferência
21 Conferências Episcopais de toda a América Latina e Caribe enviaram anotações e relatórios. Também enviaram sua contribuição os Departamentos da CELAM, alguns Dicastérios romanos e outros organismos e eventos continentais
2.400 é o total de páginas recebidas com valiosa contribuição
188 é o número de páginas do Documento oficial da CELAM - Síntesis de los Aportes Recebidos para la V Conferencia General del Episcopado Latinoamericano.
266 é o total dos participantes, sendo:
162 delegados
81 convidados
8 observadores
15 peritos

SOBRE OS PAÍSES
800 Dioceses e Arquidioceses
1300 Cardeais, Arcebispos e Bispos
39.000 sacerdotes diocesanos
22.950 sacerdotes religiosos (ligados a congregações e ordens religiosas)
4.700 diáconos permanentes
40.650 religiosos (não ordenados) nas diversas Ordens e Congregações religiosas.
112.100 religiosas em todo o Continente
500.370.000 é o número de católicos
600.900.000 – população em toda a América Latina e Caribe.

Há um dinamismo apostólico subjacente a V Conferência. É uma tomada de consciência por parte da Igreja, de que a época da cristandade já passou, e a Igreja não pode se limitar a uma pastoral de manutenção do que já tem e de que, numa sociedade pluralista e secularizada, ela deve ter uma postura mais ativa na proclamação de sua mensagem.
Outra novidade, pela ênfase que recebeu, concerne ao laicato. Havia uma concordância de que a ação pastoral de leigos e leigas será decisiva para o futuro. Assim, boa parte do texto final é dedicada à identidade do discípulo de Jesus Cristo, à sua formação, à sua missão e à sua inserção na Igreja.

Perfil do discípulo de Jesus Cristo (catequista)
No processo de formação de discípulos missionários,  destacamos cinco aspectos fundamentais que aparecem de maneira diversa em cada etapa do caminho, mas que se complementam intimamente e se alimentam entre si:
a) O Encontro com Jesus Cristo: Aqueles que serão seus discípulos já o buscam (cf. Jo 1,38), mas é o Senhor quem os chama: “Segue-me” (Mc 1,14; Mt 9,9). É necessário descobrir o sentido mais profundo da busca, assim como é necessário propiciar o encontro com Cristo que dá origem à iniciação cristã. Esse encontro deve renovar-se constantemente pelo testemunho pessoal, pelo anúncio do querigma e pela ação missionária da comunidade. O querigma não é somente uma etapa, mas o fio condutor de um processo
que culmina na maturidade do discípulo de Jesus Cristo. Sem o querigma, os demais aspectos desse processo estão condenados à esterilidade, sem corações verdadeiramente convertidos ao Senhor. Só a partir do querigma acontece a possibilidade de uma iniciação cristã verdadeira. Por isso, a Igreja precisa tê-lo presente em todas as suas ações.
b) A Conversão: É a resposta inicial de quem escutou o Senhor com admiração, crê nEle pela ação do Espírito, decide ser seu amigo e ir após Ele, mudando sua forma de pensar e de viver, aceitando a cruz de Cristo, consciente de que morrer para o pecado é alcançar a vida. No Batismo e no sacramento da Reconciliação se atualiza para nós a redenção de Cristo.
c) O Discipulado: A pessoa amadurece constantemente no conhecimento, amor e seguimento de Jesus Mestre, se aprofunda no mistério de sua pessoa, de seu exemplo e de sua doutrina. Para esse passo são de fundamental importância a catequese permanente e a vida sacramental, que fortalecem a conversão inicial e permitem que os discípulos missionários possam perseverar na vida cristã e na missão em meio ao mundo que os desafia.
d) A Comunhão: Não pode existir vida cristã fora da comunidade: nas famílias, nas paróquias, nas comunidades de vida consagrada, nas comunidades de base, nas outras pequenas comunidades e movimentos. Como os primeiros cristãos, que se reuniam em comunidade, o discípulo participa na vida da Igreja e no encontro com os irmãos, vivendo o amor de Cristo na vida fraterna solidária. É também acompanhado e estimulado pela comunidade e por seus pastores para amadurecer na vida do Espírito.
e) A Missão: O discípulo, à medida que conhece e ama o seu Senhor, experimenta a necessidade de compartilhar com outros a sua alegria de ser enviado, de ir ao mundo para anunciar Jesus Cristo, morto e ressuscitado, e tornar realidade o amor e o serviço na pessoa dos mais necessitados, em uma palavra, a construir o Reino de Deus. A missão é inseparável do discipulado, o qual não deve ser entendido como etapa posterior à formação, ainda que esta seja realizada de diversas maneiras de acordo com a própria vocação e com o momento da maturidade humana e cristã em que se encontre a pessoa. ( DA 278).

sexta-feira, 19 de março de 2010

DEUS AUDIOVISUAL


Louvado sejas, meu Senhor,
pelo Irmão SOM, eco da tua voz,
pois do teu Coração nos diz o ritmo.

Louvado sejas, meu Senhor,
pela MÚSICA, nossa Irmã,
pois da tua Festa nos traz a mensagem.

Louvado sejas, meu Senhor,
pela IMAGEM, nossa Irmã gêmea,
pois da tua Beleza nos reflete o rosto.

Louvado sejas, meu Senhor,
pelo SILÊNCIO, berço do teu Verbo,
pois da tua Presença tem o enlevo.

Louvado sejas, meu Senhor,
pela PALAVRA, nossa Mãe, Irmã e Filha,
pois do teu Mistério nos dá notícia.

Louvai e bendizei o meu Senhor,
inaudível, invisível, inefável,
pois em JESUS se fez Deus Audiovisual.

(Lopes Morgado, Ao Encontro do Sol)

quinta-feira, 18 de março de 2010

Princípios para uma catequese renovada

Trazemos o objetivo, o porque da catequese renovada, o como renovar e o modelo de comunicador na catequese.
Recordamos alguns princípios do Documento 26, da CNBB: Catequese Renovada (Orientações e conteúdo) – CNBB, 1983.

Objetivo da catequese
“A catequese, de fato, tem por objetivo último fazer ecoar e repercutir a Palavra de Deus”(CR 30).

Por que a Catequese Renovada?
“A renovação atual da catequese nasceu para responder aos desafios de uma nova situação histórica. Esta exige a formação de uma comunidade cristã missionária que anuncie, na sua autenticidade, o Evangelho e o torne fermento de “comunhão e participação na sociedade e de libertação integral do homem” (CR 30).

Em que consiste a renovação da catequese; no conteúdo ou na forma?
Diz o Diretório Catequético Geral (1971), nº 2: “Impõe-se uma evangelização renovada e não apenas baseada na tradição cultural. Os homens que crêem hoje não são inteiramente iguais aos homens que creram em épocas passadas. Surge, daí, a necessidade de assegurar a perenidade da fé e, ao mesmo tempo, de propor a mensagem da salvação de maneira nova”. A mensagem é a mesma.

Modelo e forma de comunicação na catequese
O decreto do Concílio Vaticano II, sobre  a Palavra nos apresenta o modelo de comunicador:
“Deus, em sua bondade e sabedoria, quis revelar-se a si mesmo... Deus fala aos homens como a amigos e com eles conversa” (DV 2).
Vamos observar, a pedagodia e a comunicação de Jesus.
Quem fala?
Como Deus fala?
O que comunica?
A quem se dirige?
Que obstáculos encontra?
Vejamos isto em alguns textos:
Fl 2, 5-11; Lc 24, 13-35; Lc 15,11-32;Mt 14,13-22; Lc 19,1-10; Lc 18,18-29. ( em grupos)
E o ponto alto da revelação de Deus encontra-se na Encarnação de seu Filho Jesus. E, Cristo, “é Ele próprio o primeiro e o maior dos evangelizadores” (EN 7). “É a própria ‘Palavra de Deus ’feita carne’ (CR 50) e que permanece na Igreja que nasce da ação evangelizadora dos doze apóstolos e é enviada por Jesus. Assim, é a Igreja toda que recebe a missão de evangelizar” (EN 15).

Jesus, então, para manter inalterado e vivo o Evangelho, suscitou e conserva na Igreja a Tradição, a Escritura e o Magistério, onde as “comunidades dos discípulos de Jesus não estão a serviço de si próprios, mas dos outros” (CR 66).