Parábola da semente

"Saiu o semeador a semear..." (Mc 4,3)



quinta-feira, 13 de março de 2014

Reflexões sobre o 2º Domingo da Quaresma

Liturgia do 2º Domingo da Quaresma
16 de março de 2014
Ano A

1ª Leitura: Gn  12, 1-4a
No livro de gênesis, vamos refletir sobre o chamado de Deus a Abraão:  Veja que texto maravilhoso: Abraão, o homem da fé

Vocação de Abrão - 1* Javé disse a Abrão: «Saia de sua terra, do meio de seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei. 2 Eu farei de você um grande povo, e o abençoarei; tornarei famoso o seu nome, de modo que se torne uma bênção. 3 Abençoarei os que abençoarem você e amaldiçoarei aqueles que o amaldiçoarem. Em você, todas as famílias da terra serão abençoadas». 4 Abrão partiu conforme lhe dissera Javé. E Ló partiu com ele”.

Este texto nos permite refletir por algo muito importante: a bênção. Deus promete abençoar Abraão.
O que é bênção?
Na Bíblia, para Esdras ou Neemias, a resposta provavelmente seria curta e precisa: bênção é "a mão de Deus sobre nós." Ambos usam essa expressão cerca de nove vezes, falando da "boa", "bondosa" e "poderosa" mão de Deus. Desse modo, eles atingem o cerne da questão. Também poderíamos dizer: bênção significa "Deus está conosco!"

No Antigo Testamento, em geral, a bênção refere-se a bem-estar terreno, segurança, poder, riqueza, descendência,como foi para Abraão.Essa bênção está expressamente condicionada à obediência aos mandamentos de Deus: "Eis que, hoje, eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: a bênção, quando cumprirdes os mandamentos do Senhor, vosso Deus, que hoje vos ordeno; a maldição, se não cumprirdes os mandamentos do Senhor, vosso Deus, mas vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes" (Dt 11,26-28). Para Israel são prometidas bênçãos terrenas.

A bênção para a Igreja tem em Paulo um sentido de graça: "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo:Ele nos abençoou com toda bênção espiritual,no céu, em Cristo. Ele nos escolheu em Cristo antes de criar o mundo para que sejamos santos e sem defeito diante dele, no amor.” (Ef 1,3).

A bênção de Deus – "Deus conosco" – tornou-se gente em Jesus Cristo! Por isso também podemos descrever a idéia de bênção como sendo "a ação de Deus com uma pessoa para atraí-la mais profundamente para sua comunhão". Isso significa que a bênção nem sempre é o que desejamos, mas em todo caso se trata do que é bom e salutar para nós! Como dia Paulo: "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Rm 8,28).

Por ser um embaixador em nome de Cristo, Paulo podia dizer: "E bem sei que, ao visitar-vos, irei na plenitude da bênção de Cristo" (Rm 15,29). Anunciando todo o desígnio de Deus, ele ministrava toda a bênção de Cristo. Quando pessoas que crêem abençoam outras pessoas, isso significa que imploram a bênção de Deus sobre suas vidas. Quando crianças são abençoadas na igreja e em família, em nome de Jesus, nós as colocamos sob a bênção do Senhor e as entregamos à fidelidade e à direção de Deus.
No texto original, a expressão significando bênção ou abençoar também tem, entre outros, o significado de falar bem de alguém. Será que temos abençoado nossos irmãos e nossas irmãs dessa maneira? O Senhor nos abençoe.


2ª Leitura: 2Tm 1,8-10

Na segunda leitura do 2º domingo leremos a 2ª carta a Timóteo, onde Paulo exorta: “Não se envergonhe, portanto, de dar testemunho de nosso Senhor, nem de mim, seu prisioneiro; pelo contrário, participe do meu sofrimento pelo Evangelho, confiando no poder de Deus. 9 Ele nos salvou e nos chamou com uma vocação santa, não por causa de nossas obras, mas conforme seu próprio projeto e graça. Esta graça nos foi concedida em Jesus Cristo desde a eternidade, 10 mas somente agora foi revelada pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo. Ele não só venceu a morte, mas também fez brilhar a vida e a imortalidade por meio do Evangelho.”

O documento de Aparecida  fala deste testemunho afirmando que  é preciso confirmar, renovar e revitalizar a novidade do Evangelho arraigada em nossa história, a partir de um encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, que desperte discípulos e missionários. “A história da humanidade, história que Deus nunca abandona, transcorre sob seu olhar compassivo. Deus amou tanto nosso mundo que nos deu seu Filho. Ele anuncia a boa nova do Reino aos pobres e aos pecadores. Por isso, nós, como discípulos e missionários de Jesus, queremos e devemos proclamar o Evangelho, que é o próprio Cristo. Anunciamos a nossos povos que Deus nos ama, que sua existência não é uma ameaça para o homem, que Ele está perto com o poder salvador e libertador de seu Reino, que Ele nos acompanha na tribulação, que alenta incessantemente nossa esperança em meio a todas as provas. Os cristãos são portadores de boas novas para a humanidade, não profetas de desventuras.”  (DAp 29)


Evangelho: Mt 17,1-9

Vamos agora ao Evangelho do próximo domingo:
"1 Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, os irmãos Tiago e João, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. 2 E se transfigurou diante deles: o seu rosto brilhou como o sol, e as suas roupas ficaram brancas como a luz. 3 Nisso lhes apareceram Moisés e Elias, conversando com Jesus. 4 Então Pedro tomou a palavra, e disse a Jesus: «Senhor, é bom ficarmos aqui. Se queres, vou fazer aqui três tendas: uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias.» 5 Pedro ainda estava falando, quando uma nuvem luminosa os cobriu com sua sombra, e da nuvem saiu uma voz que dizia: «Este é o meu Filho amado, que muito me agrada. Escutem o que ele diz.» 6 Quando ouviram isso, os discípulos ficaram muito assustados, e caíram com o rosto por terra. 7 Jesus se aproximou, tocou neles e disse: «Levantem-se, e não tenham medo.» 8 Os discípulos ergueram os olhos, e não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus. 9 Ao descerem da montanha, Jesus ordenou-lhes: «Não contem a ninguém essa visão, até que o Filho do Homem tenha ressuscitado dos mortos.»

Quando Deus veio à terra, na pessoa de Jesus, adotou uma forma humana. Fisicamente, Jesus se parecia como qualquer outro homem. Ele teve fome, sede, cansaço, etc. Sua divindade foi vista apenas indiretamente, em suas ações e suas palavras. Mas, numa ocasião, narrada no Evangelho de Mateus, a glória divina interior de Jesus resplandeceu e se tornou visível.

São Paulo fala amplamente sobre esta transformação também em nós: "E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em Glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito" (2Cor 3,18). Temos que permitir que nossas vidas sejam transformadas pela glória de Cristo. Deus quer que compartilhemos de sua natureza divina (2 Pd 1,4), e que Cristo habite em nós (Cl 1,6-28; Gl 4,19; Ef 2,19-22). Paulo escreveu: "Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim" (Gl 2,19-20).
Como pessoa cristã, tenho que permitir que minha vida, minhas ações, minhas palavras e até meus pensamentos sejam moldados como a imagem de Cristo.

Mas como podemos realizar esta transformação? Depois que Moisés esteve na presença de Deus, sua face mostrou-se tão brilhante que ele teve que cobri-la com véu para que as pessoas pudessem olhar para ele. Paulo usa isto como uma ilustração de nossa transfiguração por Cristo (2Cor 3). Temos que olhar para Cristo e deixar sua imagem nos transformar. Esta mudança ocorre através do conhecimento de Cristo (Cl,26-28).


Temos que olhar para Cristo e começar a agir como ele agia, falar como ele falava e pensar como ele pensava. Temos que chegar a conhecer Cristo tão intimamente (por meio da Palavra) e admirá-lo tão profundamente que o imitamos em cada pormenor. Muitas pessoas religiosas acabam fazendo umas poucas mudanças externas e chamam a isso cristianismo. Mas a glória de Cristo é interna. Não temos que vestir uma máscara religiosa, mas temos que deixar a vida de Cristo renovar nossas vidas de dentro para fora. Somente então Cristo terá terminado sua obra em nossas vidas.

sábado, 1 de março de 2014

Via-Sacra de hoje - JMJ

Conforme o Missal divulgado pelo site da Santa Sé 

 de autoria de Pe. Zezinho, scj e Pe. Joãozinho, scj

1ª ESTAÇÃO 

Jesus é condenado à morte
Um inocente foi condenado.
Ele trouxe um projeto de vida.
Ele quis libertar os irmãos.
Veio propor que seu povo tomasse a história nas mãos.
E foi condenado a morrer.


Meditação:

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! 
Fui atraído pelo teu divino Coração. 
Venho das fronteiras do mundo. 
Sou missionário e encontro no meu caminho
muitos jovens inocentes que todos os dias 
são condenados à morte pela pobreza, pela violência e por todo
tipo de consequências do pecado que nos machuca
desde as origens da humanidade. Quero seguir teus
passos na certeza de que tudo posso n’Aquele que
me fortalece e se Deus é por nós, quem será contra nós? 
(Cf. Fl 4, 13; Rm 8, 31-32).

2ª ESTAÇÃO

Jesus toma a cruz aos ombros
Assumiu uma cruz que não era dele.
Ele disse que a vida é coragem.
Que é preciso lutar sem cessar.
Veio ensinar que é preciso mudar
o que é trevas em luz.
E eis que lhe dão uma cruz.

Meditação:

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! 
Fui convertido pelo teu divino Coração. 
Tomaste sobre os ombros minhas dores e misérias 
(Cf. Is 53, 4). 
Era minha a cruz que te feriu. Quero completar o teu
sacrifício em minha vida, deixando-me tocar por tão
grande amor e dando testemunho com as palavras e
com o exemplo ali onde o mundo precisa. 
Levarei para sempre a tua cruz no meu peito 
e as tuas palavras no meu coração. 
Quero ser instrumento deste amor
que nunca se cansa de amar.

3ª ESTAÇÃO

Jesus cai pela primeira vez
A cruz foi ficando pesada.
Ele disse que a vida é ternura.
Que é preciso saber perdoar.
Veio mostrar que até mesmo quem erra
tem Deus como Pai.
E ao peso da cruz ele cai.

Meditação:

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! 
Nas quedas sou animado pelo teu humilde Coração. 
Sou voluntário numa comunidade de recuperação de jovens 
que caíram na dependência química. 
São vítimas de um comércio violento e cruel. 
São desfigurados e corremos risco de permanecer no chão. 
Vejo teu rosto na face de cada um deles. 
Ensina-me a ser como o
bom samaritano que, para além dos discursos, 
tem coragem de levantar quem está 
caído à beira do caminho e cuidar de suas feridas 
(Cf. Lucas 10, 25-37).
Neste gesto de solidariedade salutar, ensina-me que
somente em ti encontraremos a total transfiguração.

4ª ESTAÇÃO

Jesus encontra sua aflita mãe
Dor de filho, dor de mãe!
Ele via o valor das mulheres.
E as mulheres buscou libertar.
Veio mostrar que a mulher traz em si
o mistério do ser.
E vê sua mãe a sofrer.

Meditação:

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! 
Contemplo a profunda comunhão de amor 
entre o teu Coração e o coração de tua mãe. 
É uma comunhão redentora! 
Aquela troca silenciosa de olhares no caminho da
cruz fala mais do que qualquer discurso ou palavra.
A dor do filho é realmente a dor da mãe. Isto me faz
pensar nas lutas em favor da vida da sua concepção
até o seu fim natural. 
Nós mulheres temos uma vocação muito forte 
para defender tudo o que vive. 
Não podemos aceitar a violência de quem se acha 
no direito de interromper uma vida indefesa. 
Queremos proclamar com tua mãe: 
O Senhor fez em mim grandes coisas. 
Derruba do trono os arrogantes e eleva os humildes. 
Manifesta a forc¸a de seu braço e 
nos sustenta nos caminhos da nova evangelização (Cf. Lc 1, 46-55).

5ª ESTAÇÃO 

Simão Cireneu ajuda Jesus a carregar a cruz
Converteu-se enquanto ajudava Jesus.
Sua cruz carregava cansado.
Esmagado de tanta opressão.
E eis que um colono que chega
do campo levou sua cruz.
Sofria também com Jesus.

Meditação:

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! 
Fui chamado pelo teu divino Coração. 
Sou um jovem vocacionado a caminho do sacerdócio. 
O teu apelo ressoa muito forte no meu interior: 
Quem quiser ser meu discípulo, tome sua cruz e siga-
Mas nem sempre compreendo que a luz passa pela cruz. 
Ao carregar um pouco do teu fardo 
quero aprender os caminhos da configuração a ti. 
Que um dia eu possa dizer: eu vivo, mas não sou eu que vivo; 
é Cristo que vive
em mim(Cf. Gl 2, 20). 
Faz de mim um ministro transparente. 
Livra-me da tentação dos primeiros lugares e 
ensina-me a ser um bom pastor, que dá a
vida para congregar teu povo na unidade.

6ª ESTAÇÃO

Verônica enxuga o rosto de Jesus
A mulher que não se calou.
Tinha um rosto de homem do povo.
Tinha marcas de luto e de dor.
Tanto sofreu que de escarros e sangue se desfigurou.
Mas alguém o seu rosto enxugou.

Meditação:
Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me 
Sou consagrada ao teu divino Coração no serviço ao meu
irmão. Não posso me calar quando encontro nas
vias-sacras da vida tantas vítimas de uma « cultura de morte »: 
mulheres prostituídas e famílias na miséria,
enfermos sem atendimento e idosos desprezados, 
migrantes sem terra e jovens desempregados, pessoas
excluídas da cultura digital e minorias tratadas com
preconceito… a lista é grande, meu Senhor. 
Ao enxugar as lágrimas, o suor e o sangue do rosto destes
irmãos e irmãs vejo maravilhada que a tua face
fica estampada no lenço da minha solidariedade
(Cf. Mt 25, 31-46). Ensina-me a sempre unir mística
e militância, fé e vida, céu e terra, porque o Pai é nosso
e somos irmãos, mas o pão também é nosso e somos
cristãos, ou seja, gente que acredita no milagre de repartir.

7ª ESTAÇÃO

Jesus cai pela segunda vez
Quem caiu subindo, caiu para o alto!
Ele disse que a vida é um presente.
Para quem não parou nem cansou.
Leva nos ombros com garra e coragem
a cruz dos irmãos.
E mais uma vez cai ao chão.

Meditação:
Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-nos aqui! 
Encontramos em teu Coração a nossa morada. Desde que
começamos a namorar ensaiamos o jeito certo de
construir uma família que tem papel fundamental
na transmissão da fé e da vida. Contemplando a tua
paixão entendemos que tudo isso foi por amor. 
Aprendemos, porém, que as nossas paixões não são um
fundamento seguro. Só constrói sobre a rocha, quem
edifica no amor (Cf. Mt 7, 24-27). Dá-nos a sabedoria
de comec¸ar a construção pelos fundamentos e não
pelo telhado. Ensina-nos que cada escolha exige renúncias. 
Se cairmos, Senhor, seja sempre avançando e nunca desistindo. 
Mesmo nas quedas, não permita que nos afastemos de ti.

8ª ESTAÇÃO

Jesus consola as mulheres de Jerusalém
Vocação de mulher: do berço até a cruz.
No caminho por onde ele ia.
A sofrer quase só sem ninguém.
Algumas mulheres chorando seguiram Jesus sofredor.
Eram mães solidárias na dor.

Meditação:

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! No teu
Coração tão humano aprendi o valor salvífico do
sofrimento e da dor. Completo na minha carne o
que falta aos teus sofrimentos pelo teu Corpo, que
é a Igreja (Cf. Col 1, 24). 
Não posso esquecer que a
redenção se realizou pela tua cruz, 
ou seja, pelo teu sacrifício. 
Isto me ensina que a dor faz parte da condição humana e é
tocada inteiramente pelo teu amor
que salva. Isto não me leva a uma resignação alienada,
mas me faz consciente de que algumas dores 
são oportunidades para me unir à tua cruz. 
É um mistério que apenas quem sofre unido a ti 
pode discernir na medida certa. 
Ensina-me que na hora da dor melhor do que
falar sobre Deus é falar com Deus. 
A prece consola mais que a explicação.

9ª ESTAÇÃO

Jesus cai pela terceira vez
Depois disso, não mais caiu!
Outra queda e já é a terceira.
E ele cai de cansaço no chão.
É como tantos que sofrem de fome de amor e de pão.
E sucumbem de tanta opressão.

Meditação:

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! No teu
Coração de mestre encontrei a Verdade. Venho do
mundo dos estudos. Eles fazem parte da minha missão
neste momento. 
O conhecimento e a ciência me encantam, 
mas muitas vezes me seduzem e até induzem
a imaginar que não preciso de ti. Mas meu coração
tem sede de um amor e de uma verdade que superam
os amores e as verdades desta terra. Apenas na tua
Verdade encontro a sabedoria eterna. E neste tesouro
encontro as forças para não mais cair. Apenas quem
encontra a Verdade, para além dos limites do corpo,
fica verdadeiramente de pé.

10ª ESTAÇÃO 

Jesus é despojado de suas vestes
Era pobre e mais pobre morreu!
Arrancaram-lhe as vestes que tinha.
Sortearam a que lhe restou.
Tão despojado e não tendo mais nada
a si mesmo se deu.
Era pobre e mais pobre morreu.

Meditação:

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! Teu
Coração me ensina tantas maneiras de promover a
comunhão. Faço parte desta geração que nasceu
conectada por meio da Internet. 
Sei que as redes sociais são uma possibilidade para construir relações
verdadeiras, mas exigem muita atenção para não ficar
refém das forças de dispersão que despoja ma juventude de sua identidade. 

A manipulação da inteligência
é uma delas. Isto nos pode levar à alienação dos
direitos religiosos, sociais e até políticos. Olhando para
o teu despojamento total no caminho da cruz eu
peço em nome de minha geração: que a tua graça
nos ensine os caminhos para evangelizar o « continente digital » 

e nos deixe atentos à possível dependência

ou confusão entre o real e o virtual, correndo o risco
de dispensar o encontro com as pessoas por contatos
na rede.

11ª ESTAÇÃO

Jesus é pregado na cruz
Feita de dois riscos foi a sua cruz.
Tendo dois assaltantes ao lado.
Foi pregado na cruz que levou.
Crucificado, agredido insultado, Jesus perdoou.
Ao algoz que o feriu e matou.

Meditação:

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! No teu
divino Coração encontrei a verdadeira liberdade.
Estou consciente daquilo que disse João Paulo II: 
« a pior das prisões é um coracão fechado ». 
Milhões de jovens estão presos cumprindo pena por um erro
cometido. Teu olhar de perdão no alto da cruz me
faz pensar que é possível mudar de vida. Ensina-me
que a tua cruz uniu a terra e o céu e os teus braços
abertos acolhem a todos, até quem está na prisão (cf. Mt 25, 43).
É bom saber que amas não apenas quem é
justo e santo, mas também o pecador
(cf. Rm 5, 8). 
Obrigado, Senhor, pela tua imensa compaixão!

12ª ESTAÇÃO

Jesus morre na cruz
O autor da vida aceitou morrer.
Esmagado ferido e vencido.
Derrotado ele nem reagiu.
Agonizou e expirou como quem nada pode fazer.
É a vida que vemos morrer.

Meditação:

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! Em teu
Coração encontrei a vida e a vida em plenitude. 
Conheces bem os limites de minha condição física. 
Vivo um tempo difícil de purificação. 
A doença é a minha cruz. Aceita-me unido a ti neste momento. 
A certeza de que estás comigo faz cada minuto valer a pena.
Gostaria de viver muitos anos, mas o que é isso diante
da eternidade? Então, Senhor, fortalece em mim a fé,
a esperança e a caridade. E que eu escute de tua boca
a frase que consolou tantos doentes e sofredores: « Tua
fé te salvou, vai em paz! » (Cf. Lc 8, 48).

13ª ESTAÇÃO

Jesus é descido da cruz
Maria e os discípulos o descrucificaram.
Parecia estar tudo acabado.
Jesus Cristo descia da cruz.
Morto e sem vida Maria o recebe sem nada falar.
É meu povo que eu vejo a chorar.

Meditação:

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! 
É maravilhoso escutar as lições do teu divino Coração.
Passo os dias no silêncio de sons e palavras. 
Não consigo ouvir com os ouvidos, mas escuto tua voz em
meu coração. Ao ver-te descido da cruz, repousar no
colo piedoso de tua querida mãe, sinto que todos os
discursos são insuficientes e uma única palavra já
é demais. Existem momentos em que o silêncio e a
contemplação falam muito mais. 
Ensina-me a descrucificar os meus irmãos. 
Que o meu testemunho seja
um silencioso grito de amor e de solidariedade.

14ª ESTAÇÃO

Jesus é sepultado
Semeado no silêncio fecundo.
Sepultado na rocha mais fria.
Nada mais se podia esperar.
Ia com ele o projeto de vida que veio ensinar.
É meu povo escondido e a rezar

Meditação:

Senhor Jesus, Cristo Redentor, aqui estamos, envia-nos! (Cf. Is 6, 8). 

Queremos ser um só coração e
uma só alma. Iremos a todas as nações da terra para
dar testemunho de que encontramos o verdadeiro
caminho para a vida. A semente de tua Palavra caiu
em nossos continentes. Não ficará sepultada na terra.
Ensina-nos a cultivá-la para que nasçam os frutos de
uma nova evangelização.

– Que o Leste Europeu seja marcado pela paz e pela liberdade religiosa.

– Que a Europa supere a agressiva onda de secularização pelo anúncio corajoso da fé.

– Que a África supere a violência e construa a Igreja como família e a família como Igreja.

– Que a América do Norte reconheça as culturas que afastam do Evangelho.

– Que a América Latina e o Caribe encontrem caminhos para superar a injustiça e a violência.

– Que a minoria cristã da Ásia seja presente como semente fecunda, mesmo quando perseguida.

– Que a Oceania sinta mais fortemente o compromisso de anunciar o Evangelho!

(Texto inspirado na Mensagem Final do Sínodo
da Nova Evangelização para a transmissão da fé, n. 13)