Parábola da semente

"Saiu o semeador a semear..." (Mc 4,3)



sexta-feira, 25 de abril de 2014

Papas são canonizados


Serão canonizados, no dia 27 de abril, os papas João XXIII e João Paulo II.

São João XXIII

Angelo Giuseppe Roncalli nasceu na Itália, em 25 de novembro de 1881. Foi eleito Papa em 28 de outubro de 1958, escolhendo o nome de João XXIII. Faleceu em 3 de junho de 1963. Por muitos, foi considerado um Papa de transição, depois do longo pontificado de Pio XIII. Foi o responsável pela convocação do Concílio Vaticano II. No curto tempo de papado, João XXIII escreveu oito encíclicas, sendo as principais a Mater et Magistra (Mãe e Mestra) e a Pacem in Terris (Paz na Terra).
Foi declarado beato pelo Papa João Paulo II, em 3 de setembro de 2000. É considerado o patrono dos delegados pontifícios.

São João Paulo II

Karol Józef Wotjtyla nasceu na Polônia, em 18 de maio de 1920. Foi eleito Papa em 16 de outubro de 1978, escolhendo o nome de João Paulo II, e teve o terceiro maior pontificado da história da Igreja Católica. Faleceu, em Roma, em 2 de abril de 2005.
Durante o Pontificado, visitou 129 países, em viagens apostólicas. Sabia se expressar em italiano, francês, alemão, inglês, espanhol, português, ucraniano, russo, servo-croata, esperanto, grego clássico e latim, além do polaco. João Paulo II beatificou 1.340 pessoas e canonizou 483 santos.
Foi proclamado beato, pelo Papa Bento XVI, em primeiro de maio de 2011.

Etapas da canonização

O pedido de canonização do Papa João Paulo II, logo após a morte do Santo Padre, é um marco na história da Igreja Católica, sendo o mais rápido até hoje.

Para se tornar Santo a partir dos olhos do Vaticano, é preciso seguir algumas etapas: colocar o processo fora da diocese do candidato a Santo, depois disso, toda a informação é enviado ao Vaticano, onde é revisada pela congregação para as causas dos Santos.

Após ser declarado servo de Deus, é preciso analisar se o candidato manifestou as virtudes heroicas que refletem o evangelho. Se assim for, a pessoa é reconhecida como venerável. O próximo passo é declarar beato, assim, um milagre ter que ser atribuído ao candidato. Por fim, é preciso provar um segundo milagre aconteceu após a cerimônia de beatificação, se isso for provado, aí sim o candidato pode ser declarado Santo.

Quantas pessoas estarão na canonização?

Praticamente impossível quantificar os peregrinos que virão a Roma para a canonização de João XXIII e João Paulo II, no próximo dia 27, último domingo de abril.
As autoridades da cidade falam de milhões. No Vaticano, opta-se pela prudência: “muitíssima gente”, é a única certeza, pelo que não serão distribuídos convites para os lugares a ocupar na praça de São Pedro. Nesta segunda-feira, na Sala de Imprensa da Santa Sé, os organizadores fizeram para os jornalistas o ponto da situação.

A missa de canonização terá início às 10 horas (5h em Brasília), presidida pelo Papa Francisco e concelebrada por elevado número de cardeais e centenas de bispos.

Cinco mil os padres que terão lugar assegurado.

Dá-se como certo que será convidado o Papa emérito, mas falta saber se participará.

Programação

No domingo de tarde, os peregrinos poderão venerar os dois novos santos, desfilando em oração junto dos túmulos situados sob dois altares da basílica de São Pedro.

Inúmeras as iniciativas de oração organizadas para os peregrinos das diversas proveniências. Onze igrejas do centro da cidade ficarão abertas na noite de sábado para domingo, a partir das 21 horas, com confessores disponíveis para atender os penitentes em diferentes línguas.

Aos de língua portuguesa está reservada a igreja de Santa Anastácia (junto ao Circo Máximo, por detrás do Foro Romano e da colina do Palatino). O Secretariado de Liturgia da diocese preparou o esquema de uma vigília com textos bíblicos e extratos de intervenções dos dois Papas.

Em cada uma das igrejas, a animação litúrgica será naturalmente assegurada por pessoas da língua ali usada. Para todas as informações úteis, atualizadas em tempo real, consultar o site oficial em cinco línguas: italiano, inglês, francês, espanhol e polaco.

Haverá também um aplicativo intitulado “santo subito”, que se poderá descarregar gratuitamente, em formato Android ou IOS (italiano, inglês, espanhol e polaco), contendo informações sobre a vida e ensinamentos dos dois novos santos, mas também com acesso a todas as notícias sobre a canonização e o material previsto para os diferentes momentos litúrgicos.


Transmissões

Como outros grandes momentos vividos em Roma nos últimos 50 anos (desde o Concílio Vaticano II, passando pelas eleições papais e pelas exéquias, nomeadamente as de João Paulo II, em 2005), também esta circunstância constituirá mais um passo em frente ao nível da comunicação mundial, pela amplidão da difusão e pelas condições de crescente qualidade do som e da imagem.

O Centro Televisivo do Vaticano (com o som da RV), em colaboração com Sky e Sony, assegurará a visão do acontecimento em alta definição (HD) e em 3D. Assim, instaladas em casa ou reunidas em 500 cinemas de uns 20 países (120 só em Itália), graças à utilização de Nexco Digital, milhões de pessoas poderão seguir a celebração em condições que assegurarão uma especial sensação de presença na praça de São Pedro.

As filmagens serão efetuadas em 4K, com o mais moderno material disponível (DBW Communication), que permitirá arquivar imagens de extrema nitidez. Para a transmissão em mundovisão das cinco horas de reportagem previstas, a Eutelsat Itália utilizar 9 satélites, com uma cobertura completa de todo o globo.

A diocese natal de João XXIII decidiu assinalar a canonização do “Papa Bom” com o que designa como “um monumento à caridade”, desprendendo-se de alguns bens para os partilhar com comunidades eclesiais mais carentes. 800 mil euros serão destinados à manutenção de uma escola que a diocese construiu há tempos no Haiti.

Com data marcada para o dia 27 (domingo), a cerimônia será presidida por Papa Francisco, na Praça São Pedro. A celebração será às 10h da manhã, no Vaticano e será transmitida as 5h da manhã (horário local de Brasília).

A Canonização dos Papas será transmitida pela TV Aparecida, pela Rede Vida, Canção Nova e Rede Século XXI.


No dia seguinte, segunda-feira (28), às 10h será celebrada uma Missa de Ação de graças presidida pelo Cardeal Ângelo Comastri, Vigário do Papa Francisco, na Cidade do Vaticano.

domingo, 13 de abril de 2014

Quem sou eu diante de Jesus?


O Papa Francisco deu início neste domingo aos ritos da Semana Santa, com a procissão de ramos, dia em que a Igreja recorda a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. E o fez entre ramos de oliveiras e palmas, trazidas por milhares de fiéis que vieram até a Praça São Pedro para participar da celebração eucarística. É o início da festa cristã que, ao longo de toda a semana e com diversos atos litúrgicos, celebrará a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.

Na procissão pelo interior da Praça São Pedro, que deu início à celebração eucarística, Francisco foi precedido por jovens da Diocese de Roma e de todos os continentes, por cerca de 100 sacerdotes, bispos e cardeais que concelebram a Santa Missa.

Cerca de 3 mil ‘parmureli’ – folhas novas brancas de palmeira tramadas – foram usadas na Praça São Pedro. Seguindo uma antiga tradição, estes trabalhos artesanais com valor religioso e também ornamental, foram enviados de San Remo e de Bordighera, região da Ligúria, e foram entregues ao Santo Padre, aos Cardeais, Bispos e fiéis presentes na cerimônia.

A ‘parmurelu’ que foi entregue ao Papa Francisco foi entrelaçada com três folhas de palmeira unidas, simbolizando a Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. A obra foi confeccionada nos dias passados na Cooperativa ‘Il cammino’, junto aos outros 3 mil exemplares de dimensões menores, todos entrelaçados segundo a tradição da Ligúria.

Francisco também usou um báculo de madeira, trabalhado de um tronco de oliveira, doado por um grupo de detentos da Casa de Detenção de Sanremo, noroeste da Itália, que estão sendo acompanhados por uma cooperativa fundada pelo bispo daquela Diocese, Dom Antonio Suetta.

Também neste domingo a Igreja celebra a Jornada Mundial da Juventude em nível diocesano. No encerramento da celebração a entrega por jovens brasileiros, dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude – a Cruz da redenção e o Ícone de Nossa Senhora – aos jovens poloneses. Recordamos que a próxima JMJ com a presença do Santo Padre será em Cracóvia, em 2016.

O Papa deixou de lado a sua homilia escrita e improvisou uma profunda reflexão recordando os personagens descritos na leitura do Evangelho deste domingo. O Papa pediu um exame de consciência a todos os fiéis, e com qual personagem nos identificamos.

Esta semana tem início com a procissão alegre com os ramos de oliveira – disse o Papa -: todo o povo acolhe Jesus. As crianças, os jovens cantam, louvam a Jesus. Mas esta semana vai avante no mistério da morte de Jesus e da sua ressurreição. Ouvimos as palavras da Paixão do Senhor. Então o Papa faz uma pergunta:

Quem sou eu diante do meu Senhor? 
Quem sou eu, diante de Jesus que entra em festa em Jerusalém? Eu sou capaz de expressar a minha alegria, de louvá-lo? Ou me distancio? Quem sou eu, diante de Jesus que sofre? Ouvimos muitos nomes: muitos nomes. O grupo de líderes, alguns sacerdotes, alguns fariseus, alguns mestres da lei que tinham decidido matá-lo. Eles estavam esperando a oportunidade para prendê-lo.
E o Papa continua as suas perguntas:
Eu sou como um deles? Também ouvimos outro nome: Judas. 30 moedas. Eu sou como Judas? Ouvimos ainda outros nomes: os discípulos que não entendiam nada, que cochilavam enquanto o Senhor sofria.

A minha vida está adormentada? Ou sou como os discípulos, que não entendiam o que significava trair Jesus? Como aquele discípulo que queria resolver tudo com a espada: eu sou como eles?
Eu sou como Judas, que finge amar e beija o Mestre para entregá-lo, para traí-lo? Eu sou um traidor? Eu sou como os líderes que, com pressa, fazem o tribunal e procuram falsos testemunhos: Eu sou como eles? E quando eu faço essas coisas, se eu as faço, acredito que com isso salvo o povo?
Francisco continua com as suas perguntas em meio a uma Praça silenciosa e reflexiva.

Eu sou como Pilatos que, quando vejo que a situação está difícil, eu lavo as minhas mãos e não sei assumir a minha responsabilidade e deixo condenar - ou condeno eu - as pessoas?
Eu sou como aquela multidão que não sabia bem se se encontravam em uma reunião religiosa, ou num processo ou em um circo, e escolhe Barrabás? Para eles é a mesma coisa: era mais divertido humilhar Jesus.

Eu sou como os soldados que batem no Senhor, cospem n’Ele, O insultam, se divertem com a humilhação do Senhor? 
Eu sou como o Cireneu, que voltava do trabalho, cansado, mas ele teve a boa vontade de ajudar o Senhor a carregar a cruz ? Eu sou como aqueles que passavam diante da Cruz de Jesus e zombavam d’Ele: “Mas ... tão corajoso! Desça da cruz, e nós vamos acreditar n’Ele”. O insulto a Jesus ... Eu sou como aquelas mulheres corajosas, e como a Mãe de Jesus, que estavam ali, sofrendo em silêncio?
Eu sou como José, o discípulo escondido, que leva o corpo de Jesus com amor, para sepultá-lo? 
Eu sou como essas duas Marias que permanecem na porta do sepulcro, chorando, rezando? 
Eu sou como esses líderes que no dia seguinte foram a Pilatos para dizer: “Mas, olha ele dizia que iria ressuscitar; que não seja mais um engano”, e bloqueiam a vida, bloqueando o sepulcro para defender a doutrina, para que a vida não venha para fora? Onde está meu coração?

E o Papa conclui: “A qual dessas pessoas eu me assemelho? Que esta pergunta nos acompanhe durante toda a semana.
Fonte: news.va